Manuel Vicente está em São Tomé e Príncipe

A Justiça portuguesa queria notificar Manuel Vicente da acusação que sobre ele pende durante este fim de semana, tendo emitido um mandado de detenção para o efeito. O Expresso contactou o ex-vice-presidente de Angola que remeteu qualquer comentário para o comunicado dos seus advogados. A notificação será contudo impossível de fazer já que Manuel Vicente se encontra em São Tomé e Príncipe.
A sua defesa na Operação Fizz assegurou hoje que “não tem qualquer verdade ” a informação da PSP sobre uma possível viagem do ex-vice-presidente angolano a Portugal e estranhou que o Ministério Público tenha agido com base na mesma.
Em comunicado, após o tribunal que julga aquele caso ter emitido um mandado de detenção para notificar Manuel Vicente da acusação a pedido do Ministério Público, o advogado Rui Patrício e João Lima Cluny dizem estranhar que a iniciativa do Ministério Público se tenha baseado ” em invocadas informações da PSP, as quais não têm qualquer verdade quanto à alegada viagem” do antigo presidente da Sonangol a Portugal neste fim de semana.
“Estamos certos que essas informações serão devidamente averiguadas por quem de direito “, afirmam.
Os advogados de Manuel Vicente dizem ainda estranhar a ” (in) oportunidade processual desta iniciativa do Ministério Público, quando o processo separado não está ainda sequer constituído, nem numerado e autuado (…) e mais ainda quando se encontra por apreciar em toda a sua extensão e nas suas várias implicações a resposta recente da República de Angola à carta rogatória expedida a 27 de novembro “.
Os advogados, que afirmaram terem sabido do mandado pela comunicação social, estranharam também que o momento desta iniciativa do Ministério Público coincida ” com a concentração do tribunal e da atenção mediática na análise dos factos e das versões dos arguidos que têm estado a depor” no julgamento que decorre em Lisboa, bem como das ” provas apresentadas”, ” vicissitudes da investigação” e ” interrogações e perplexidades” que as mesmas suscitam.
Os advogados alegam que Manuel Vicente, “apesar de nada ter a ver com os factos que lhe são imputados na acusação, como sempre disse e certamente ficará ainda mais claro com o decurso do julgamento que agora se iniciou, deseja que o processo seja apreciado “.
A este propósito, lembram que Manuel Vicente já requereu, mais do que uma vez, e em instâncias várias, o envio do processo para Angola, garantindo que não será o antigo presidente da Sonangol a “criar qualquer obstáculo à normal tramitação do processo e à boa administração da justiça em tudo o que de si pessoalmente dependa”.
Fonte: Expresso.