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Marcelo Odebrecht vai sair da cadeia

Marcelo Odebrecht, o ex-presidente da construtora Odebrecht e um dos arquitectos do gigantesco escândalo de corrupção que abalou o Brasil e envolveu dois ex-presidentes, mais de 100 deputados, senadores, ministros e outros políticos, vai sair da prisão no próximo dia 19 de dezembro.

Odebrecht, que está preso em Curitiba desde junho de 2015, vai cumprir o resto da pena em prisão domiciliária na sua luxuosa mansão de São Paulo e terá de usar pulseira electrónica .

Inicialmente condenado a largas dezenas de anos de prisão, o empresário viu a sua pena reduzida pelo juiz Sérgio Moro, que comanda a “Lava Jato”, a um total acumulado de 10 anos de cadeia após afirmar um acordo de colaboração com a Justiça. Assim, depois de cumprir dois anos e meio de prisão, ficará outros dois anos e meio em prisão domiciliária e nos restantes cinco será sujeito a medidas de restrição mas poderá sair de casa em horários determinados pela Justiça.

O empresário, que, de acordo com os seus próprios depoimentos, subornou, entre outros, os ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff, e também governantes de vários países africanos e latino-americanos, deverá tentar recuperar pelo menos parte do controlo da construtora, apesar de estar proibido pela Justiça de reassumir qualquer cargo oficial na empresa até 2025.

Esta decisão está já a causar alguma tensão no seio da actual direcção da construtora, pois mesmo não podendo assumir nenhum cargo, em razão da condenação, o temor é de que ele volte andar cartas numa das maiores empresas de construção do Brasil, influenciando as decisões do grupo.

Dentro da Odebrecht, o clima na administração é de total tensão. Uma fonte ligada à empresa, afirma que a cúpula da construtora já discute o que pode mudar após Marcelo deixar a cadeia.

” Ninguém sabe o que vai acontecer de facto. Nos últimos anos, pessoas ligadas ao Marcelo e familiares foram descendo na hierarquia ou sendo afastados. Tudo isso feito para que ele não possa mais influenciar nas decisões, pois tudo o que ocorreu colocou em risco a existência da Odebrecht. Mas não se pode prever o que vai ocorrer. Inclusive sabemos que é possível que ele volte a tomar decisões que influenciem na gestão do grupo, mesmo que de forma disfarçada”, destacou a fonte .

Colegas de trabalho de Marcelo definem a personalidade do executivo como o de uma pessoa discreta, que fugia de exposições e uma grande estrategista. O perfil do executivo reforça as possibilidades de que ele volte a actuar profissionalmente em breve .

Fonte : CM, Correio Braziliense

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