Marcelo testemunhou no caso que envolve ex-vice-presidente de Angola

Presidente da República tinha sido arrolado, sem saber, como testemunha abonatória de um dos arguidos do processo. Mas, num depoimento por escrito, não fez qualquer juízo.
O Presidente da República testemunhou no âmbito do processo da Operação Fizz, tendo enviado o seu depoimento por escrito isto apesar de a legislação não o obrigar a fazê-lo.
Marcelo foi escolhido por um dos arguidos do processo, Paulo Blanco, como testemunha abonatória sem o seu próprio conhecimento. Apesar disso, no depoimento escrito, o Presidente da República não fez qualquer juízo sobre o arguido e garantiu não ter conhecimento dos factos que compõem o processo.
Na Operação Fizz, Manuel Vicente, ex-vice-presidente de Angola, é suspeito de ter corrompido o procurador português Orlando Figueira, quando este trabalhava para o Departamento Central de Investigação e Acção Penal, para que fossem arquivados inquéritos em que o então governante era visado.
Este processo provocou também uma deterioração nas relações entre Portugal e Angola, com o Governo de Luanda a lançar algumas ameaças a Lisboa. Esta semana o Presidente angolano, João Lourenço, considerou uma “ofensa” a forma como o Estado português conduziu o caso que envolve Manuel Vicente, acrescentando que “qualquer posição nova de Angola vai depender muito do desfecho deste caso”.