Notícias

Marinho e Pinto sobre Manuel Vicente: “Não estamos a tratar com um angolano qualquer”

Caso Manuel Vicente, ex-vice-presidente de Angola, fosse um político português, usufruíria de um regime jurídico especial: só poderia ser julgado depois de deixar esse cargo.

Tendo em conta a sensibilidade deste caso relativo à Operação Fizz, as mesmas regras deviam ser aplicadas com Manuel Vicente, defendeu Marinho e Pinto, ex-bastonário da Ordem dos advogados e eurodeputado eleito pelo Movimento Partido pela Terra , em entrevista ao “Público” e à “Renascença” esta quinta-feira.

“Não estamos a tratar com um angolano qualquer, estamos a tratar com um vice-presidente de Angola. Não é de repugnar que se atribua a esse titular do órgão de soberania de Angola o que se atribui a cargos idênticos em Portugal”, atirou.

Para Marinho e Pinto, os políticos foram “negligentes desde o início” a tratar do caso Manuel Vicente e Portugal devia aceitar um julgamento em Angola, porque há interesses de portugueses. As suas maiores críticas vão para o sector da Justiça.

“Não me repugna a possibilidade de um determinado país julgar no seu território, na sua ordem jurídica, os nacionais do seu país que tenham cometido crimes no estrangeiro. O Código Penal português prevê essa possibilidade para cidadãos portugueses, pelo que deve aceitar que outros países queiram a mesma prerrogativa. Há aqui uma dimensão política e diplomática muito forte, que deveria ter sido tratada de outra maneira pelas autoridades portuguesas, incluindo pelas judiciárias.”, afirmou Marinho e Pinto.

Questionado sobre a renovação do mandado de Joana Marques Vidal, Procuradora Geral da República, Marinho e Pinto desvalorizou a importância das declarações de Francisca Van Dunem, retratando-as como um lapso, mas defendeu ainda que o mandato não devia ser renovado.

“Tem um mandato muito positivo, teve noção dos limites da sua função, dos equilíbrios que é necessário ponderar. Mas considero também que não devia ser renovado, devia abrir-se a outro. Porque foi isso que esteve no espírito do aumento do prazo de duração do mandato para seis anos”, disse.

Fonte: RR/Público

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading