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Menos de metade da população angolana tem acesso à electricidade, afirma ministro da Energia e Águas

João Baptista Borges discursava na abertura da palestra sobre o Financiamento dos Projectos de Energia Renováveis e o Ambiente Regulatório Óptimo para o Sector da Energia Eléctrica, promovido pelo Programa Power África, do Governo norte-americano, no âmbito da cooperação com Angola no domínio da energia eléctrica.

Segundo o ministro, há uma significativa parte da população ainda a viver em áreas rurais ou semi-rurais, zonas das periferias das cidades, e é necessário encontrar-se soluções que sejam económicas para se levar a energia eléctrica a essas localidades.

“O nosso país dispõe de recursos abundantes, recursos energéticos, primário como é o caso da energia solar”, que tem hoje um custo cada vez mais competitivo e é uma solução para a electrificação do país, admitiu o ministro.

O titular da pasta da Energia e Águas sublinhou que o Plano de Desenvolvimento do Sector Eléctrico e o Plano de Segurança Energética apontam para a construção de uma capacidade de cerca de 600 megawatts de energia solar no país até 2022, com a instalação de cerca de 30.000 sistemas individuais de produção de energias fotovoltaicas.

O governante angolano salientou que para se alcançar essa meta conta com o concurso do sector privado.

Relativamente à cooperação com os Estados Unidos da América, João Baptista Borges frisou os efeitos positivos da relação, com a participação de um consultor contratado no âmbito do Programa Power África, que durante dois anos trabalhou no ministério para ajudar na preparação da regulamentação das energias renováveis .

Também no âmbito da cooperação, o ministro referiu a formação de técnicos do Instituto Regulador do Sector de Electricidade e Águas (IRSEA), estando em fase de conclusão um conjunto de regulamentos que vão facilitar ainda mais a participação do sector privado.

“Refiro-me principalmente à regulamentação que esteja ligada às tarifas ‘feed-in’, as tarifas que vão ser adoptadas nas energias renováveis, bem como o regulamento na produção de energias renováveis. É um pacote que vai permitir abrir ainda mais a porta ao investimento privado”, frisou.

Por sua vez, a embaixadora dos EUA em Angola, Nina Fite, disse que o seu país continua a ser um importante parceiro de Angola no sector da energia com trabalho conjunto em várias iniciativas, incluindo o Diálogo Estratégico sobre Energia e Power África.

De acordo com Nina Fite, as empresas de energia dos Estados Unidos também estão muito envolvidas em Angola e estão empenhadas em ultrapassar os desafios, bem como em investir em Angola a longo prazo .

“As nossas empresas continuarão a desempenhar um papel na economia e no crescimento futuro de Angola”, disse a embaixadora, destacando que para que isso aconteça “é necessário que existam as condições certas”.

“No caso da energia solar dos Estados Unidos, as nossas empresas do ramo prosperam com práticas comerciais previsíveis e transparentes, uma estrutura reguladora estável e acesso a financiamento. Essas condições permitiriam às empresas de energia solar norte-americanas identificar oportunidades, planear, investir e crescer. As empresas e os empresários angolanos – o núcleo do futuro económico de Angola- também podem prosperar num ambiente assim “, sublinhou.

Fonte: Lusa

One Comment

  1. A produção fotovoltaica carece de limpeza e manutenção constante. Muitas províncias investiram nesses sistemas que inicialmente funcionam bem mas depois ficam inoperacionais por falta de manutenção.

    Um programa destes, que teoricamente faz todo o sentido, nomeadamente em locais de baixo consumo e em que os custos de lançamento de linhas de transporte de energia seja muito elevado, só deve ser implementado depois de serem formadas equipas de profissionais de assistência que garantam a manutenção.

    Sem isto é deitar dinheiro a rua.

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