
A delegação do Ministério do Interior (MinInt) na província da Lunda Norte condenou esta segunda-feira, 6, de forma “veemente” manifestando simultaneamente a sua “profunda indignação” perante a “barbaridade” cometida pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) ao matarem a tiro um elemento da Polícia de Guarda Fronteira (PGF) angolana, no domingo, 5, quando investigava uma possível operação de contrabando de combustível de Angola para o país vizinho.
Em comunicado a que a Vivências Press News teve acesso, o MinInt admite que o episódio que culminou na morte a tiro do agente da PGF, Maurício Caita, da 7.ª unidade desta força na Lunda Norte, teve lugar no interior do território congolês mas, contrariando a tese das autoridades da RDC, sublinha que uma patrulha angolana motorizada procurava averiguar a razão da presença de cerca de 20 elementos junto de uma grande quantidade de combustível, constituindo uma possível situação de contrabando de combustíveis de Angola para a RDC, como sucede amiúde.
Os dois elementos da PGF angolana, segundo este documento do MinInt, no Domingo, estavam em missão de patrulha na fronteira e “depararam-se com acampamento onde estavam elementos trajados à civil e com grandes quantidades de combustível armazenado em bidões”.
Os dois efectivos da PGF “procuraram fotografar o combustível, convencidos que se tratava de um grupo de contrabandistas” de gasolina no interior de Angola, mas que, na verdade se veio a revelar um destacamento das FARDC localizado a cerca de 300 metros adentro do território congolês.
Perante a presença dos dois agentes da PGF, segundo esta comunicação do MinInt da Lunda Norte, os militares das FARDC procuraram prendê-los e estes, “na vã tentativa de fuga, foram alvo de disparos de arma de fogo, tendo resultado na morte de um dos agentes”.
O incidente ocorreu na área de vigilância do posto fronteiriço do Nachiri, do lado angolano, no município do Chitato, localidade de Sandumba, e do Tchitundo, do lado congolês.
Depois de estabelecidos contactos com a parte congolesa, o corpo do agente angolano abatido pelas FARDC foi entregue às autoridades nacionais, bem como a motorizada, faltando, todavia, uma pistola e um telemóvel da vítima.