
O coordenador da Comissão para Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das vítimas dos Conflitos Políticos, Francisco Queiroz, fez saber esta semana que familiares de Sita Maria Dias Valles e de Zé Van-Dúnem serão incluídos na organização.
Francisco Queiroz, que falava à margem do encontro entre as comissões de Trabalhos Especializados da Assembleia Nacional e os departamentos ministeriais, referiu que será importante que o filho de Sita Valles, assassinada na sequência dos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, participe do processo de reconciliação “para avaliar o pedido feito por outros membros da família sobre a exumação de Sita Valles e Zé Van-Dúnem”.
“A comissão está disponível para trabalhar com a família Valles e a família Van-Dúnem, para se avaliar o pedido feito por ambas que é o de exumação dos cadáveres e a restituição as mesmas famílias”, garantiu.
O responsável, que é também ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, pediu a colaboração da família de Sita Valles e de Zé Van-Dúnem, nesse contexto, alertando para as dificuldades que poderão ser encontradas na recuperação dos restos mortais.
“Deve haver algum entendimento com as famílias dos malogrados . Ora, poderá haver dificuldades no processo de recuperação dos corpos, uma vez que não se sabe onde está a grande maioria dos corpos. E, naqueles casos em que se suspeita que estejam num determinado lugar, é preciso fazer operações tecnicamente muito complicadas, que é, no entanto, a exumação, através dos exames específicos de ADN. Não é um processo fácil”, conjecturou.
O coordenador disse ainda que o propósito do processo é “o perdão e a reconciliação”.
“O grande objectivo é o perdão e a reconciliação. Claro que há essas acções concretas, como, por exemplo, a emissão de certidões de óbitos ou erguer o memorial para as vítimas dos conflitos”, declarou.
Questionado sobre se os corpos que se pensam estarem no Museu Nacional de História Natural, Francisco Queiroz disse não saber ao certo se a informação corresponde ou não à verdade.
“Não sei se essa informação corresponde à verdade. Portanto, vamos ver se de facto estão lá . A comissão é uma comissão aberta, sem tabu, e não há segredos nenhum. Trabalhamos com base na verdade objectiva”, assegurou.
Por último, explicou que o processo de reconciliação vai servir para um caso de estudo e exemplo para outras realidades em África e no mundo.
Fonte: Novo Jornal.