Ministro oferece viagem de Portugal para Angola a cinco jovens empreendedores
Mário Caetano João, o titular da pasta da Economia e Planeamento, quer estudantes angolanos que investem em micro negócios presentes no "Start Up Summit 2023".

Estudantes angolanos em Portugal desafiados pelo ministro da Economia e Planeamento a apresentarem as suas criações em Luanda.
O ministro angolano da Economia e Planeamento ofereceu a oportunidade de cinco estudantes angolanos em Portugal participarem na próxima edição da feira “Start Up Summit” que acontece no mês de Abril de 2023, em Luanda.
Mário Caetano João lançou o desafio à Associação dos Estudantes de Angola em Portugal de promover um concurso para seleccionar os jovens empreendedores que serão contemplados com uma viajem à capital angolana.
A promessa feita pelo governante foi registada numa conversa que manteve com representantes dos estudantes angolanos em Portugal, no primeiro Fórum Técnico de Empreendedorismo e Desenvolvimento promovido pelo sector comercial da Embaixada de Angola neste país no início de Dezembro.
Mário João disponibilizou-se em promover a participação de cinco Start ups lideradas por jovens estudantes angolanos em Portugal na referida feira dedicada à inovação e fomento do empreendedorismo em Angola, depois de ter sido informado sobre a existência de micro empreendedores nacionais com resultados positivos neste país.
O presidente da Associação dos Estudantes de Angola em Portugal, Sivi Pedro, apresentou alguns exemplos de sucesso de jovens empreendedores angolanos em terras de Camões. “Temos jovens estudantes angolanos, alguns dos quais já terminaram a sua formação aqui em Portugal, uns têm empresas, outros actuam no âmbito do empreendedorismo corporativo dentro de algumas organizações”, disse Sivi Pedro, citando, as empresas BBMA Consultoria Lda., Relíquias de Angola e a ABC Digital.
O ministro da Economia e Planeamento convidou os empreendedores nacionais e estrangeiros a investirem também em franquias, reiterando que o executivo angolano está apostado em desenvolver a economia nacional tendo como um dos principais pressupostos o agronegócio. Mário João referiu que se prevê um crescimento do PIB angolano na ordem dos 3,5 por cento até 2027, sendo o agronegócio um dos sectores chaves para este crescimento.
“Em termos médios, para o quinquénio 2023-2027 perspectivamos um crescimento de 3,5 por cento do PIB. Isto pressupõe o bom desempenho dos determinantes do crescimento económico. Um desses determinantes é sem dúvida o agronegócio, onde diversos sectores da actividade económica juntam-se à agricultura, ajudando-a a materializar a visão do Presidente da República em transformar Angola num dos principais produtores de alimentos em África”, disse.
O ministro informou o governo vai investir cerca de três mil milhões de dólares para o agronegócio, via Banco de desenvolvimento de Angola. Segundo disse, esta “revolução verde” que se pretende implementar nos próximos cinco anos tem como principal motor o Plano Nacional de Fomento de Produção de Grãos (PLANAGRÃO), que será suportado por uma linha de financiamento de 500 milhões de dólares por ano, tendo como prioridades as culturas do trigo, arroz, soja e milho.
“Vamos contar com o sector fiscal, monetário e externo no contínuo equilíbrio das contas, a indústria na produção de ração, o sector petrolífero para a produção de fertilizantes, o sector mineiro para a extracção de calcário para correcção dos solos, as obras públicas para as vias de escoamento, a diplomacia para o acesso a mercados e atracção de investidores, com o sector privado, nacional e internacional, com o seu know-how, capital e espírito de entrega, etc.”.
Ainda com vista à diversificação da economia, o ministro realçou o Plano Nacional de Fomento das Pescas (PLANAPESCA), com um investimento de 300 milhões de dólares, e o plano de fomento e desenvolvimento da pecuária (PLANAPECUÁRIA) que será igualmente suportado por uma linha de financiamento de aproximadamente 300 milhões de dólares para a produção animal e seus derivados.
“Convidamos todos os empreendedores a tirarem o máximo proveito das oportunidades de investimento em greenfields ou brownfields que o nosso país oferece em vários domínios, como o sector da construção, energias renováveis, especialmente no agronegócio, incluindo frutas tropicais e cereais”.
No domínio das parcerias público-privadas, disse estar disponível um plano operacional com 41 projectos em nove sectores, nomeadamente energia, águas, construção, turismo, agronegócio, ambiente, transporte, infra-estruturas e habitação, “podendo ser operacionalizados na modalidade ‘constrói, opera e entrega’, ou seja, BOT”.
O ministro considerou que o “fórum técnico de empreendedorismo e desenvolvimento” é um evento que surge num momento muito interessante em que o Estado angolano procura a criação de um mercado sólido, transparente e previsível, distante do modelo de operação logística de distribuição de produtos importados.
O evento contou com três painéis de debates, tendo começado com uma mesa redonda sobre “potencialidades e desafios de Angola no mundo actual”, animado pela administradora da AIPEX, Neide Santos, o representante da AIA em Portugal, Rui Santos, o presidente da Prestígio (Liga dos Jovens Empresários de Angola), Hirondino Garcia, o director da Associação Industrial Portuguesa, Jorge Gaspar e a representante do BDA Eliete Van-Dúnem, sendo moderador o deputado e vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, João Moura.
No segundo painel, foram intervenientes a administradora do Instituto de Desenvolvimento, Indústria e Inovação tecnológica (IDIIA), Filomena de Oliveira, o presidente da associação de estudantes de Angola, Sivi Pedro, o administrador da empresa SOLVIT, Nuno Costa, o presidente do Politécnico de Lisboa, Elmano Margato, o administrador da CTT Lockers, Sales Gomes e José Delgado, director geral da 44Engenharia como moderador para o tema “a educação, o desenvolvimento e a era digital”.
O encontro foi encerrado com debates a volta do tema “a agricultura, a indústria de transformação e de distribuição”, com a mesa a ser preenchida pelo director da Moagem do Grupo Carrinho em Portugal, Vitor Patinha, a administradora da IDIIA, Filomena de Oliveira, o director nacional da Indústria de Angola, César Cruz e o administrador da UCHARGE – Carregamento Eléctrico, Ramiro Fernandes.