CronistasZeferino Boal

Mito do choque geracional

Não somos historiadores, mas estudamos e lemos, além disso observamos e analisamos, provavelmente são características raras nos comuns dos mortais, devido à escassez de tempo quer pela falta de planeamento, quer por comodismo e também se podem incluir as questões de muitos que todos os dias têm que lutar pela sobrevivência, consequentemente afirmamos que não há choque geracional.

Duvidamos da igualdade de classes porque o homem e qualquer sociedade ou instituição governa-se e gere-se de forma piramidal, apesar de existirem modelos autocráticos e outros mais democratas.

Uma liderança afirma-se com o tempo e na confiança que se transmite aos outros, pelas decisões assumidas, mas também pela comunicação produzida.

Duvidamos muito quando apareceram uns arautos da desgraça incompetente e nalguns casos da irresponsabilidade afirmarem que hoje há um choque geracional e no caso concreto em Angola.

É um mito! 

A diferença de mentalidades existe hoje como existiu no passado entre as várias gerações, com a grande diferença na atualidade a comunicação fluir muito rapidamente e as decisões governativas por vezes são ultrapassadas pelas circunstâncias do momento.

Hoje, existe uma juventude em idade adulta com uma formação em média mais elevada que no passado recente e com um grau de conhecimento e daí advindo maior exigência nas medidas tomadas.

No entanto, e infelizmente, o nível de vida da população está num patamar demasiado baixo, para que as instituições consigam acorrer a tudo e a todos. 

Infelizmente, Angola perdeu oportunidades de crescimento face a todos os acontecimentos históricos durante duas gerações para atingir sejamos realistas será preciso o dobro do esforço do que era no passado, para tal é preciso todos acreditarmos que melhores dias virão para os nossos netos. Será de todo impossível acreditar que em dois anos de governação se corrija tudo, o problema é que as expetativas eram (são) maiores que as certezas até por existirem fatores dependentes das relações internacionais cada vez mais acentuados.

Tenhamos fé e acreditemos na mudança gradual e consolidada. Sem intuito de criar um conflito de qualquer espécie talvez seja o momento de o Governo criar instrumentos de incentivo para alguns bons quadros regressarem ao País com condições de subsistência para darem o melhor que sabem no amor a Angola.

Um Estado é soberano, quando a justiça, a saúde e a educação funcionam em pleno, resultando daí mais tarde a capacidade de outra natureza, como a defesa e segurança, entre outros pilares. Angola, pode e deve tornar-se uma potência regional, por reunir capacidade de intervenção militar exterior, mas tem que olhar a sua retaguarda económica no interior do país.

Eu acredito em Angola!

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