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Moradores do Bairro da Jamaica marcam nova manifestação

Três dias depois dos ataques do último domingo no Bairro da Jamaica, no Seixal, em Setúbal, Portugal ainda continua espantado. Os moradores não se deixaram ficar, tendo na segunda-feira ido para o centro da capital manifestarem-se contra o racismo e a violência policial. Amanhã voltam às ruas para demonstrar o seu descontentamento.

De acordo com a página do Facebook “A Voz da Mãe Preta”, amanhã, sexta-feira, 25 de Janeiro, várias pessoas vão reunir-se em frente da Câmara Municipal do Seixal, em jeito de protesto.

“A dor de uma mulher, mãe, negra ver a sua família brutalmente agredida por uma entidade que devia zelar pela segurança de todos. Este foi o triste episódio que se passou no Bairro da Jamaica -Seixal. A luta é tua, é minha, é nossa vamos fazer ouvir as nossas vozes !!! Juntos somos mais fortes !!!” Pode ler-se na página da rede social.

A manifestação está agendada para as 15:30 de amanhã e, segundo a mesma página, 238 pessoas já confirmaram que vão participar e 945 mostraram interesse em fazê-lo.

No entanto, este caso vai muito além das fronteiras do bairro, com vários partidos políticos a reagirem à situação, durante os últimos dias.

As primeiras reacções chegaram por Joana Mortágua, que nas redes sociais defendeu que o Bloco de Esquerda iria exigir responsabilidades sobre o sucedido, o que gerou uma sucessão de reacções e até o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa comentou os acontecimentos.

Ontem foi a vez do PCP se manifestar, apelando ao bom senso. Em comunicado, o partido revelou que ” não alimentará a corrente dos que, a propósito de factos concretos e pontuais, agem para os generalizar. Fazê-lo seria animar um ambiente de insegurança e instabilidade”.

Na terça-feira, 22, o Governo angolano reagiu através de um comunicado divulgado pela Embaixada de Angola em Portugal. No documento, a missão diplomática angolana em Portugal, “reprova inequivocamente tais actos, denunciando quaisquer tentativas de aproveitamento (…) Apelando aos cidadãos angolanos a assumir, uma atitude de serenidade e civismo, respeitando as leis e a ordem pública do país acolhedor”.

Já o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, se pronunciou sobre o sucedido no bairro português onde moram várias pessoas de origem cabo-verdiana.

Através da sua página pessoal do Facebook o governante revelou estar a acompanhar a situação: “Acompanho e procuro informações concretas relativas ao sucedido no Bairro da Jamaica”.

PNR vai manifestar-se amanhã

Por outro lado, os acontecimentos do Bairro da Jamaica já serviram para o Partido Nacional Renovador (PNR), partido de extrema-direita, convocar na sua página de Facebook uma manifestação para sexta-feira, às 18 horas, no Terreiro do Paço, em Lisboa, com o objectivo de lutar “pela ilegalização do braço armado do Bloco de Esquerda (BE)”, a que associam o SOS Racismo.

A concentração de militantes do PNR deverá seguir depois para a Rua da Palma, sede do BE, onde pretendem manifestar o seu desagrado pela posição do BE de condenação à actuação policial no Bairro da Jamaica e na Avenida da Liberdade.

Segundo apurou a imprensa local, haverá 53 confirmações e 370 militantes demonstraram vontade de estarem presentes. Alguns militantes do BE já foram avisados para não se deslocarem à sede na sexta-feira sem ser acompanhados .

A Polícia de Segurança Pública (PSP) tem conhecimento das duas manifestações.

Fontes : Jornal i e Voz da Mãe Preta.

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