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Morreu Amélia Mingas

Amélia Arlete Vieira Dias Rodrigues Mingas, professora e linguista angolana faleceu na manhã desta segunda-feira, 12 de Agosto, Na clínica Girassol em Luanda, vítima de paragem cardíaca, aos 73 anos de idade.

Nascida em Luanda na Rua do Carmo, à Ingombota, em Luanda, em 1946, Amélia Mingas fez a instrução primária na Escola 8 e os estudos secundários nos Liceus Paulo Dias de Novais e Salvador Correia. Licenciou-se em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutorou-se em Linguistica Geral e Aplicada pela Universidade René Descartes de Paris.

Professora do ensino secundário em Angola, exerceu as funções de coordenadora de Língua Portuguesa do Instituto Médio de Educação, foi chefe de sector, mais tarde, coordenadora do departamento de Língua Portuguesa do Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda (ISCED -LUANDA) e directora do Instituto Nacional de Língua do Ministério da Cultura. Além de trabalhar em investigação, Amélia Mingas foi responsável pela cadeira de Linguística Bantu na Universidade Agostinho Neto.

Entre 2006 e 2010, Amélia Mingas foi directora executiva do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, com sede na cidade da Praia, em Cabo Verde, tendo defendido o estabelecimento de uma política linguística comum aos oito Estados que têm o português como língua oficial.

Participou em vários seminários e palestras ligados à problemática das línguas africanas e portuguesa, no interior e exterior do país. Publicou Interferência do Kimbundu no Português Falado em Lwanda.

Amélia Mingas faz parte de uma família de influentes músicos angolanos. De seu tio Liceu Vieira Dias recebeu o ritmo e uma nova maneira de interpretar a música angolana. Ao irmão mais velho, Rui Mingas ajudou a desenvolver uma sonoridade própria, bem como também influenciou o irmão mais novo, o também já falecido André Mingas.

“Foi embora mais uma kamba que eu tanto estimava, uma companheira de várias lutas pela liberdade em Angola. O país perdeu uma cidadã culta, um quadro de valor. Deixa-nos em dor”, disse à Vivências Press News o nacionalista angolano Adolfo Maria.

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