
Factores como a maternidade, gravidez precoce e aleitamento ainda constituem entraves para o empoderamento da mulher, a angolana em particular.
Esta afirmação é da psicóloga Maria da Encarnação Pimenta a propósito do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.
Maria da Encarnação Pimenta justificou que o tempo de gravidez e aleitamento é uma fase frágil, tanto do bebé como da progenitora, não permitindo que a mãe participe de modo pleno nas suas actividades laborais.
Como solução, apontou a necessária preparação técnica e profissional, com cursos básicos para a camada feminina, de modo a gerir negócios, produzindo riqueza, através de criação de cooperativas não só agrícolas, mas também industriais, de trabalho intelectual.
Nesse sentido, encorajou os ministérios da Acção Social e Promoção da Mulher, Juventude e Desportos, bem como o Instituto Nacional da Criança (INAC), no sentido de promoverem políticas de apoio à camada feminina, a fim de se evitar casamentos precoces, bem como desencorajar o aborto, a violência doméstica, abandono do lar, fuga à paternidade, entre outros males que travam o desenvolvimento da mulher.
A necessidade da solidariedade feminina no sentido de contribuir para o crescimento conjunto, independentemente da sua condição social, política, cor partidária, credo, estado civil, entre outras, foram também aspectos destacados pela psicóloga.
Em relação à ocupação de cargos públicos, lembrou que Angola tem 11 ministras, 60 deputadas e duas governadoras províncias e um número considerável de administradoras municipais, além de posições de destaque a nível universitário e outras empresas públicas e privadas.
Nas organizações políticas 40% são mulheres
Na opinião de Maria da Encarnação Pimenta, a mulher angolana, em particular, e africana, no geral, possuem carisma, demonstrado desde a participação nas lutas pelas independências dos seus países e actualmente no desenvolvimento económico e consolidação da paz no continente.
8 de Março na história do mundo
A luta das mulheres por melhores condições de vida e trabalho começou a partir do final do século XIX, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de 15 horas diárias, os baixos salários e a discriminação de género eram alguns dos pontos debatidos na altura.
O primeiro Dia da Mulher foi celebrado nos Estados Unidos em Maio de 1908 (Dia Nacional da Mulher), onde mais de 1.500 pessoas desse género se uniram em prol da igualdade política e económica no país.
O gesto foi seguido de manifestações e marchas em outros países europeus, nos anos seguintes, usualmente durante a semana de comemorações da Comuna de Paris, no fim de Março.
As manifestações uniam o movimento socialista, que lutava por igualdade de direitos económicos, sociais e trabalhistas, ao movimento sufragista, que lutava por igualdade de direitos políticos.
A 26 de Agosto de 1910, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhaga, a líder socialista alemã Clara Zetkin propôs a instituição de uma celebração anual das lutas pelos direitos das mulheres trabalhadoras.
Vários acontecimentos levaram à criação de um dia especial para as mulheres. Um deles foi o incêndio numa fábrica de roupa em Nova Iorque, a 25 de Março de 1911, que matou 146 pessoas, das quais 129 mulheres.
Seis anos depois, mais de 90 mil mulheres russas manifestaram-se por melhores condições de vida e trabalho, durante a Primeira Guerra Mundial, em 1917. A manifestação ficou conhecida como “Pão e Paz”, passando a ser adoptado o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher, data oficializada em 1921.
1975 foi designado pela ONU, o Ano Internacional da Mulher. O dia 8 de Março foi adoptado como Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, em 1977, tendo como objectivo lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais e outras.
O Dia Internacional da Mulher comemora-se anualmente a 8 de Março, em prol das conquistas das mulheres em todos os domínios. Em Angola, como em muitos países, é feriado nacional.
Fonte: Angop