
A agência da ONU para os refugiados salientou que não está claramente apurado de quem partiu a ordem para que os congoleses, trabalhadores na indústria mineira, abandonassem Angola.
A ONU diz que as expulsões em massa são contrárias às obrigações da Carta Africana e exorta os Governos de Angola e da RDCongo a trabalharem juntos para garantirem um “movimento populacional” seguro.
Elementos das Nações Unidas recolheram alguns relatos de violência em Angola, enquanto agentes de segurança reforçavam a ordem que estabelecia o prazo de 15 de Outubro para a saída dos congoleses.
Na segunda-feira, o Governo da RDCongo revelou que está a realizar “investigações” sobre esta expulsão em massa, sob acusações de violência, “alegações sérias” de acordo com Kinshasa.
“As alegações são muito graves. O Governo reagirá oficialmente nos próximos dias”, declarou à agência France Press, o porta-voz do Executivo congolês, Lambert Mende, em reacção a uma operação contra imigração clandestina de Luanda, que obrigou os congoleses a deixarem Angola.
Há relatos de expulsões violentas, até mesmo mortes de congoleses, que Angola nega, falando de retornos “voluntários”.
A RDCongo e Angola partilham 2.500 km de fronteira terrestre, a mais longa em África.
Na semana passada, a Polícia Nacional avisou que quaisquer actos de xenofobia contra cidadãos da RDCongo serão durante punidos, depois de agressões registadas num mercado de Saurimo, na província da Lunda Sul.
O aviso surge numa altura em que está em curso a “Operação Transparência”, iniciada a 25 de Setembro nas províncias de Malanje, Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Bié, Uíge e Zaire, destinada a impedir actos sistemáticos de violação das fronteiras do país e da entrada e exploração ilegal de diamantes.
A operação envolve efectivos da Polícia de Guarda Fronteiras, do Serviço de Investigação Criminal e do Serviço de Migração e Estrangeiros, entre outros órgãos afectos ao Ministério do Interior.
Fonte: Lusa