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Organização cívica alerta para risco de situação dramática da Sida em Angola

A Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida (Anaso) alertou hoje para a “preocupante” situação da doença em Angola, que afeta 2% da população, apontando que será “dramática” em cinco anos se não forem tomadas medidas.

O alerta surge num comunicado da Anaso a propósito do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que se assinala hoje, sublinhando a necessidade de alargar a rede de saúde para garantir tratamentos e prevenção da doença.

“Temos hoje uma janela de oportunidade para mudar a velocidade e colocar firmemente a resposta para o VIH num processo acelerado para eliminar a epidemia, num país onde as novas infeções por VIH e as mortes relacionadas com a Sida continuam a aumentar, sobretudo por falta de expansão dos serviços de saúde e serviços de VIH, ali onde eles são mais necessários”, defende a Anaso.

A Lusa noticiou na quinta-feira que Angola registou mais de 22.000 novos casos VIH/Sida no primeiro semestre deste ano, dos quais perto de 1.300 são crianças, sendo que só em 2016 morreram no país mais de 11.000 pessoas afetadas pela doença.

Com uma taxa de prevalência da doença estimada em 2% da população, cerca de 500 mil angolanos podem estar atualmente infetados pelo VIH/Sida, números que o diretor-geral adjunto do Instituto Nacional de Luta contra Sida de Angola, José Carlos Van-Dúnem, considerou, em entrevista à Lusa, como “inquietantes”.

Já a Anaso, que ao longo do ano tem levado a efeito várias campanhas de sensibilização, ações de formação e, entre outras, distribuição de preservativos, afirma que, apesar dos “esforços” do Governo e da sociedade civil, o “conhecimento abrangente” da doença entre os jovens “ainda é baixo”, sem a transmissão de mãe para filho “alta”.

“Os grupos populacionais chave alcançados pelo programa de prevenção ainda são reduzidos. O número de pessoas que tem atitudes discriminatórias em relação às pessoas vivendo com VIH, bem como o número de pessoas que continuam a ter parceiros sexuais múltiplos, ainda é muito grande”, alerta ainda a Anaso.

A organização refere igualmente que as “pessoas marginalizadas e as mais afetadas pelo VIH continuam ainda a enfrentar grandes desafios no acesso à saúde e a outros serviços sociais” em Angola, apontando ao mesmo tempo a necessidade de mobilização de “fundos adicionais” e de “melhoria da coordenação e articulação entre os diferentes atores envolvidos”.

“A Anaso vai continuar a trabalhar no sentido de se transformar numa instituição de Utilidade Pública para poder melhorar a sua prestação e apoio às organizações e às comunidades”, garantiu ainda a organização.

Este sábado, a Anaso realiza em Luanda uma “grande marcha de solidariedade” para assinalar o Dia Mundial de Luta Contra a Sida.

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