Comunidades

PADEMA junta embaixadores em Lisboa para apoiar vítimas dos furacões em Moçambique

Cerca de uma dezena de embaixadores e responsáveis de instituições africanas juntaram-se este sábado, em Lisboa, para pintar uma tela que será leiloada e cujos lucros vão reverter a favor das vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, que afectaram Moçambique.

A iniciativa da responsabilidade da Plataforma para o Desenvolvimento da Mulher Africana (PADEMA), contou com a presença das embaixadoras da Argélia em Lisboa, Faitha Selmane, Suécia, Helena Pilsen, Austrália, Claire Rochecouste, do embaixador da Guiné Equatorial Tito MBA, entre outros.

Esta acção “visa, sobretudo, apoiar as moçambicanas e moçambicanos vítimas dos ciclones Idai e Kenneth. Quisemos também aproveitar o facto de celebramos o Dia da Mulher Africana em 31 de Julho para juntar o que é essencial nas culturas africanas : a solidariedade e a cultura”, afirmou em declarações à Lusa, a presidente da Plataforma para o Desenvolvimento da Mulher Africana (PADEMA), Luzia Moniz.

A responsável notou que o “desregulamento do planeta” é um problema que afecta todos, sem excepção, lamentando que “muitos Governos irresponsáveis rompam os tratados de Quioto e Paris, como quem rasga a carta de um namorado”.

Luzia Moniz sublinhou ainda que é “preciso cuidar a terra”, pois, como diz um provérbio africano, “a terra não é uma oferta dos nossos pais, mas um empréstimo aos nossos filhos”.

Durante a cerimónia, os embaixadores e responsáveis de algumas instituições africanas ajudaram a pintar uma tela, da autoria da artista plástica Dilia Fraguito Samarth, que, posteriormente, será leiloada e cujos lucros vão reverter a favor das vítimas dos ciclones que recentemente afectaram Moçambique.

“Não definimos ainda [uma base de licitação], mas estou em crer que vão aparecer mecenas generosos e solidários que vão conseguir ultrapassar todas as nossas expectativas”, apontou.

De acordo com a artista responsável, a obra pretende representar “um furacão” mas também vida, através de algumas plantas, flores e de alusões aos países africanos.

“Não foi simples chegar a esta conclusão. É uma situação tão violenta que, ao início, pensei em [apresentar no quadro] o drama humano, mas depois achei que a realidade já chegava . A principal ideia foi o furacão. A primeira pincelada [deu origem] a uma circular, uma espiral, pois o furacão tem esse movimento e, ao mesmo tempo, também simboliza a vida”, explicou à Lusa, Dília Fraguito Samarth.

A artista indicou ainda que de fora da obra ficaram representações de homens e animais, para não correr o risco de excluir alguém.

Já no que refere às cores utilizadas, “o preto significa o continente africano, o amarelo a riqueza e o vermelho o sangue e a luta”, referiu.

Presente na cerimónia esteve também a secretária da Organização da Mulher Moçambicana em Lisboa que agradeceu todo o apoio que tem sido dado pelas diversas instituições ao povo daquele país .

“Muitas pessoas abraçaram esta causa e apoiaram o povo Moçambicano. Nós estamos agora num processo de reconstrução […] e esperamos , um dia, ultrapassar estes momentos difíceis”, disse Ana Massamba.

Em Março, o ciclone Kenneth atingiu a província de Cabo Delgado, em Moçambique, afeitando mais de 168 mil pessoas e destruindo quase 35 mil casas e vários milhares de culturas.

Um mês antes, Moçambique tinha sido afectado pelo ciclone Idai, que provocou centenas de mortos e deixou cerca de 1,85 milhões de pessoas a precisar de ajuda .

Fonte: Lusa.

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