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Pastores angolanos tomam de assalto os templos da Igreja

Um grupo de bispos e pastores angolanos afectos a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) tomou de assalto esta segunda-feira, 22, de 30 templos em seis das 18 províncias em Angola – Luanda, Kwanza Norte, Benguela, Huambo, Malanje e Namibe, apurou a Vivências Press News.
A comissão de reforma da IURD expulsou os pastores brasileiros da mesma igreja, por alegados actos condenáveis praticados pelos brasileiros em detrimento dos nacionais.

Liderada pelo bispo Valente Bizerra, a comissão de reforma da IURD decidiu romper com a representação brasileira em Angola, encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, a quem acusam de uma série de irregularidades.

O movimento reivindicativo diz-se pronto para iniciar as reformas na igreja e não aceita ser conotada com dissidência nem o rótulo de “ex-pastores”, como os brasileiros pretendem fazer passar junto da opinião pública.

Em declarações à imprensa, o pastor Agostinho Martins da Silva, porta-voz da denominada comissão instaladora da Igreja Universal do Reino de Deus reformada em Angola, disse que os angolanos continuam a testemunhar actos de discriminação racial, castração, abortos forçados às esposas dos pastores nacionais e usurpação das competências da assembleia-geral de pastores.

A Vivências Press News sabe que dos 300 pastores angolanos da IURD que decidiram montar o seu “estado-maior” na catedral do bairro Morro Bento, em Luanda, o abuso de confiança na gestão financeira, assim como as irregularidades no pagamento da segurança social aos pastores e a privação de visitas aos familiares estão na base desta rotura com os brasileiros.

Agostinho Martins da Silva explicou que, nos últimos sete meses, os 300 pastores aguardaram por reformas, que não conheceram avanços, acusando o representante do bispo Edir Macedo em Angola, o bispo Honorilton Gonçalves, pela situação.

“Tivemos uma reunião com a liderança brasileira, que prometeu fazer reformas em relação ao racismo, evasão de divisas, bem como a inserção de pastores angolanos e das respectivas esposas em postos de maior destaque na igreja, mas sem sucesso”, admitiu o porta-voz da direcção central da IURD sobre a actuação das autoridades angolanas.

Em reacção ao assalto sofrido aos templos de seis províncias, de acordo com a nota de repúdio a que a Vivências Press News teve acesso, a liderança exige a correcção das práticas de que a igreja foi alvo.

“Um grupo de ex-pastores, desvinculados da instituição por práticas e desvio de condutas morais e em alguns casos criminosos contrárias aos princípios cristãos exigidos de um ministro de culto, os mesmos tomados por um sentimento de ódio, utilizaram de ataques xenófobos, agrediram e feriram pastores, esposas de pastores e funcionários, usando a violência com o objectivo de tomar de assalto a igreja com propósitos escusos”, lê-se no documento a que a Vivências teve acesso.

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