
Paulo Pombolo foi eleito hoje, 15 de Junho, para o cargo de secretário-geral do MPLA. A eleição foi feita durante o VII Congresso Extraordinário do MPLA que teve lugar hoje no Centro de Conferências de Belas em Luanda.
Antigo secretário para a Informação, Paulo Pombolo substitui no cargo, Álvaro de Boavida Neto. Nascido no Uíge, aos 12 de Abril de 1962, Paulo Pombolo exerceu os cargos de primeiro-secretário da JMPLA e de governador da província do Uíge.
Paulo Pombolo foi eleito com 410 votos a favor, 27 contra e 18 abstenções.
“Não vou estar contra o camarada José Eduardo dos Santos”.
A 18 de Dezembro do ano passado, o semanário Expansão publicava uma entrevista em que o então secretário-geral do MPLA, Álvaro de Boavida Neto declarava a sua lealdade ao antigo presidente do partido, José Eduardo dos Santos , atitude que terá agradado o actual líder do partido, João Lourenço.
“Cada cabeça uma sentença, por cada sentença cada um deve responder por ele, por aquilo que faz e diz . Como eu não disse, não vou responder pelos outros. Mas, eu Boavida Neto, nunca em nenhuma circunstância vou estar contra o camarada José Eduardo dos Santos”, disse na altura.
O facto de Boavida Neto ter feito pronunciamentos em “sentido contrário” a estratégia e orientação de João Lourenço, pode ter levado o líder do MPLA a preparar a sua substituição.
“São muitos os motivos positivos que ele deu à pátria. Provavelmente, nós que éramos os seus auxiliares directos, não fomos correctos com ele e criámos essa encruzilhada”, reforçou Boavida Neto na entrevista.
O antigo secretário-geral do MPLA afirmou-se “verdadeiramente independente de pensamento e liberdade”, pelo que, quando estiver em causa a verdade, não hesitará em “confrontar” o presidente do seu partido e da República, no sentido de se evitar os erros do passado.
“Era um afastamento anunciado. Nesta entrevista, Boavida Neto mandou recados para o líder do partido e na sua qualidade de secretário-geral mostrou uma certa lealdade ao anterior líder [José Eduardo dos Santos]. Não se pode agradar dois ‘chefes’ ao mesmo tempo, pior ainda quando são líderes que estão em rota de colisão. Foi ingénuo e agora paga caro por isso. Vai fazer a sua travessia no deserto”, afirmou uma fonte junto do BP do MPLA.