
Os membros e participantes do VIII encontro da Plataforma das Entidades Reguladoras da Comunicação Social dos Países e Territórios de Língua Portuguesa (PER), entre os quais Angola, reconheceram, no sábado 23 de Novembro, em Lisboa, a necessidade de reforçar o papel dos jornalistas e da sua mediação crítica.
Para o PER, estes aspectos estão a ser desvalorizados pela massificação no acesso às plataformas de intervenientes que não se obrigam ao respeito pelos princípios conducentes ao rigor na informação.
O facto vem expresso na “Declaração de Lisboa” saída no final do encontro que decorreu durante quatro dias naquela cidade lusa, em que o angolano Adelino de Almeida passou a presidência da PER para Francisco Azevedo e Silva, vogal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social Portuguesa, que a exercerá até finais de 2020.
Os participantes reconheceram ainda a necessidade de trabalhar junto das plataformas de partilha de vídeos e das redes sociais, para promover a transparência quanto ao funcionamento dos algoritmos e sistemas de hierarquização da informação na pesquisa de notícias, no sentido de dar respostas conjuntas que credibilizem os próprios operadores privados e que simultaneamente garantam ao público o direito à informação.
Ainda na Declaração de Lisboa, os reguladores reafirmam a importância de garantir a independência financeira dos media, além de defenderem a formação dos jornalistas, para que continuem a primar pelo rigor, a isenção e a imparcialidade.
Os signatários do referido documento, incluindo Angola, reiteram o compromisso de cooperação entre os membros da PER, com vista a concretizar iniciativas de auto e co-regulação, com a elaboração de códigos de conduta ou guias de boas práticas, em conformidade com os princípios e as regras deontológicas.
Durante o evento, foram abordados temas realcionados com a importância do reforço das relações multilaterais entre os organismos-membros, para optimizar as respostas conjuntas identificadas na declaração.
O novo presidente da PER, Francisco Azevedo e Silva, comprometeu-se a dar continuidade aos objectivos estabelecidos durante o evento, nomeadamente a realização de um inquérito de diagnóstico sobre o pluralismo nos media e a igualdade de género.
Na opinião de Adelino de Almeida, o presidente cessante da Plataforma das Entidades Reguladoras da Comunicação Social dos Países e Territórios de Língua Portuguesa (PER), o evento reforça a cooperação entre os países na efectivação dos conceitos de liberdade de expressão e de imprensa.
O próximo evento vai decorrer de 18 a 21 de Novembro de 2020, em São Tomé e Príncipe sob o lema “ Literacia Mediática e o Papel do Regulador”.
Fonte: Angop