Peso do petróleo nas exportações angolanas cai para menos de 75%

De acordo com o documento estatístico do comércio externo do terceiro trimestre, do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola, libertado hoje e ao qual a Lusa teve acesso, as exportações angolanas aumentaram 3,4% entre julho e setembro, face aos três meses anteriores, para um volume de negócios total de 1,385 biliões de kwanzas (6.999 milhões de euros).
Contudo, comparando com o mesmo período de 2016, as exportações desceram, em valor, 1,9%.
Já as importações voltaram a cair, neste caso 1,9%, no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores, para 512.912 milhões de kwanzas (2.591 milhões de euros), mas crescendo 1,8% face ao período homólogo de 2016.
O saldo da balança comercial do terceiro trimestre de 2017 foi positivo em 873.175 milhões de kwanzas (4.400 milhões de euros), melhorando 6,8% face ao período entre abril e junho.
Só em combustíveis, Angola exportou no terceiro trimestre do ano um total de 1,029 biliões de kwanzas (5.200 milhões de euros), descendo, em volume, 18,6% face ao trimestre anterior e 22,5% tendo em conta o período homólogo de 2016.
Com este resultado, o peso do crude nas exportações angolanas desceu dos anteriores cerca de 95% para 74,3% do total das vendas ao exterior, com os têxteis e os minerais a liderarem o crescimento fora do setor petrolífero, em percentagem.
O país vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira, económica e cambial, decorrente da quebra da cotação internacional do barril de crude, com consequências na quantidade de exportações e importações, neste caso por falta de divisas.
Angola chegou a vender cada barril de petróleo, no primeiro trimestre de 2016, a cerca de 30 dólares, quando no mesmo período de 2014 esse valor era superior a 100 dólares.
Ao longo de 2017, a cotação tem-se cifrado à volta dos 60 dólares.
Máquinas, equipamentos e aparelhos continuam a ser os produtos mais importados por Angola, que diminuíram neste trimestre 10,8%, face ao anterior, para 113.848 milhões de kwanzas (575 milhões de euros), enquanto em produtos agrícolas o país comprou o equivalente a 71.796 milhões de kwanzas (362,6 milhões de euros) em três meses, aumentando 9% face ao período anterior, além de 26.861 milhões de kwanzas (135,6 milhões de euros) em alimentos, neste caso uma quebra de 18,1%.
Angola é atualmente o segundo maior produtor de petróleo de África, mas ainda teve de importar 6.766 milhões de kwanzas (34 milhões de euros) em combustíveis no mesmo período,um aumento de 13,8% face ao segundo trimestre, mas um corte de 82,2% tendo em conta o registo do terceiro trimestre de 2016.
Fonte: Lusa