
Ivo São Vicente foi recentemente constituído arguido no mesmo processo que o pai, preso em Angola, podendo ser ouvido em Portugal, onde está actualmente, ao abrigo de mecanismos de cooperação judiciária entre ambos os países.
O procurador-geral da República de Angola, Helder Pitta Grós, afirmou esta sexta-feira, 22, que foram enviadas cartas rogatórias para ouvir o filho do empresário Carlos São Vicente em Portugal, cuja tramitação está em curso.
A possibilidade avançada anteriormente, de Ivo São Vicente se mostrar disponível para ser ouvido no processo, permitirá conhecer “de uma vez por todas os factos que alegadamente [lhe] são imputados e terão levado à decisão do congelamento das [suas] contas bancárias, pessoal e empresarial”, há quatro meses.
Um despacho da Procuradoria-Geral da República (PGR) prolonga a prisão preventiva do empresário luso-angolano, detido desde Setembro, em Luanda, por mais dois meses, face à complexidade do processo e à “necessidade de se realizarem as diligências em falta”.
Carlos São Vicente terá, alegadamente, levado a cabo “um esquema ilegal” que lesou a petrolífera estatal Sonangol em mais de 900 milhões de dólares.
O empresário desempenhou em simultâneo, entre 2000 e 2016, as funções de director de gestão de riscos da Sonangol e de presidente do conselho de administração da companhia AAA Seguros, sociedade em que a petrolífera angolana era inicialmente única accionista.