DestaquesJustiça

PGR ordena congelamento de contas e apreensão de bens de Irene Neto

A decisão está relacionada com a investigação de vários crimes no processo da seguradora AAA, da Sonangol, onde o marido da filha do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, Carlos São Vicente, foi presidente.
De acordo com uma fonte judicial, foram também enviadas cartas rogatórias a Portugal e ao Luxemburgo, solicitando a colaboração das autoridades judiciais nestas investigações.

Responsáveis da PGR estiveram também na Suíça, na semana passada, para abordar com os seus homólogos a recuperação dos 900 milhões de dólares (759,3 milhões de euros) depositados numa conta do empresário angolano Carlos São Vicente que está congelada por determinação das autoridades suíças.

A 8 de Setembro, a PGR decretou a apreensão de 49% das participações sociais da AAA Ativos, no Standard Bank de Angola, sob gestão de São Vicente. Foram, igualmente, apreendidos três edifícios AAA e o do IRCA, na Avenida Lenine, na Nova Marginal, na Avenida 21 de Janeiro e na Rua Amílcar Cabral, em Luanda, também esses sob gestão de Carlos Manuel de São Vicente. Foi, ainda, apreendida a rede de hotéis IU e IKA, todos em Luanda.

O empresário foi ouvido e constituído arguido na quarta-feira, 16, por suspeita de crimes de peculato, participação económica em negócio, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

A Sonangol, petrolífera estatal que esteve na génese da seguradora que deteve durante uma década o monopólio dos seguros das actividades petrolíferas em Angola, fez saber, através de um comunicado, que está a acompanhar este processo “com redobrada atenção”.

Isabel dos Santos mete ao barulho a família Neto

Numa entrevista de sexta-feira, 18, à rádio angolana MFM, a empresária Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, afirmou ter “irritado muita gente” quando decidiu cancelar vários contratos que considerou lesivos para a Sonangol por praticarem sobrefaturação. Entre estes estavam os contratos de seguro firmados com a seguradora AAA.

Segundo Isabel dos Santos, concluiu-se que a Sonangol podia poupar 70% com os seguros e fez-se um novo contrato “com valores muito mais baixos”, com outra empresa.

“Se esses 900 milhões, quase um bilião [mil milhões] de dólares que estão nessa conta são dividendos das AAA, quanto é que a Sonangol ganhou de dividendos em relação à AAA e porque é que a Sonangol não acompanhou os aumentos de capital e se deixou diluir, se o negócio era bom?”, questionou Isabel dos Santos, também arguida pela PGR por alegada má gestão e desvio de fundos na Sonangol.

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading