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Portugal: Doentes angolanos defendem maior humanização e apoio do Sector de Saúde

Uma centena de doentes angolanos tratados em Portugal ao abrigo da Junta Médica de saúde, receberam nesta quinta-feira, 11, a visita de uma delegação chefiada por Narciso do Espírito Santo Júnior, Cônsul-geral de Angola em Lisboa.

Tratou-se de uma visita de auscultação e que teve como pontos de encontro, as pensões Luanda e Alvalade, locais onde se encontram alojados os doentes e seus acompanhantes. Os doentes angolanos queixaram-se da falta de condições ao nível de alojamento, alimentação, assistência médica e medicamentosa, transporte e apoio psicológico.

“Entendemos que os problemas têm de ser resolvidos internamente, mas para que tal aconteça é necessário que haja mais abertura por parte do sector de saúde da Embaixada de Angola. Estamos a viver muitos problemas e apelamos a uma maior humanização dos serviços no sector de saúde”, disse António Oliveira, responsável da Comissão de Apoio aos Doentes Angolanos em Portugal (CADAP).

Já Paulina Araújo, uma paciente que vive na Pensão Luanda, defende a necessidade de se adoptar uma programa de “acompanhamento psicológico dos doentes e seus familiares “. Já Cristina Pedro defende além da melhoria no acompanhamento dos doentes, a necessidade do “reforço das visitas periódicas por parte das equipas do Ministério da Saúde “.

Na Pensão Alvalade dispõe de 24 quartos e aloja neste momento 20 doentes e 13 acompanhantes, Narciso do Espírito Santo Júnior, ouviu atentamente, quais os principais problemas que afligem os doentes angolanos.

Marchel Rocha, há dez anos que recebe tratamento médico. Sofre de insuficiência renal e já três anos que recebeu um transplante. Para ele, além das questões de saúde física e psicológica, existem questões burocráticas relacionadas à ” legalização da situação migratória, apoio jurídico e financeiro ” dos doentes angolanos em Portugal. ” É necessário que haja um maior acompanhamento destes casos, bem como uma articulação permanente com as instituições portuguesas “.

Luzia Fortunato tem 43 anos e é gestora de profissão, vive na Pensão Alvalade há dois anos, está em Portugal na condição de acompanhante do filho de 18 anos que tem leucemia e que beneficia de uma junta médica. Para ela é necessário que se reveja o valor dos subsídios mensais para aqueles que como ela se encontram na condição de acompanhantes. Defende ainda que ” é necessário que os acompanhantes dos doentes beneficiem de apoio ao nível da assistência médica e medicamentosa . O valor monetário que recebemos de subsídio é irrisório “. Já Paula Silva, uma profissional do ramo da saúde e que se encontra alojada há seis meses na Pensão Alvalade, defender maior proximidade entre o sector de Saúde e os doentes, melhoria das condições de alojamento e de alimentação.

Comissão multidisciplinar do Ministério da Saúde visitará Lisboa.


A informação foi avançada pelo Cônsul -geral de Angola em Lisboa, Narciso do Espírito Santo Júnior, durante os encontros mantidos com os doentes angolanos nas pensões Luanda e Alvalade em Lisboa.

” Esta é uma visita de cortesia e auscultação que efectuo na qualidade de responsável pela comunidade angolana residente em Lisboa. Vim para constatar in loco as vossas condições de saúde e de habitabilidade, bem como ouvir e anotar aquelas que são as vossas principais necessidades e dificuldades”, afirmou, o Cônsul -Geral de Angola em Lisboa, em encontros marcados também por sessões de perguntas e respostas.

” Devo também informar-vos que dentro dos próximos dias estará em Lisboa, uma delegação multidisciplinar da Junta Médica do Ministério da Saúde com a missão de avaliar a real situação dos doentes angolanos em Portugal, encontrar soluções pontuais, bem como levar propostas para apreciação da ministra da Saúde, Dra. Silvia Lutucuta. Contamos com o vosso apoio e colaboração para que juntos possamos encontrar soluções para os problemas que ainda nos afligem “, acrescentou Narciso do Espírito Santo Júnior, tendo agradecido os doentes angolanos pelo acolhimento e a forma cordial como decorreram os encontros.

O Acordo de Cooperação entre Angola e Portugal no domínio da Saúde foi celebrado em Luanda, no dia 26 de março de 1982. Neste acordo, as partes comprometeram-se a cooperar nas seguintes áreas de : assistência médica, Investigação científica, médica e farmacêutica, bem como formação de recursos humanos em saúde.

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