DestaquesMundo

Portugal: Há neste momento 11 antigos governantes a contas com a justiça

Entre ex-ministros e ex-secretários de Estado, há neste momento pelo menos 11 antigos governantes a contas com a justiça portuguesa por suspeitas de crimes de colarinho branco cometidos no exercício de funções.

São em número suficiente para formar um Governo. A contabilidade feita pelo jornal PÚBLICO não inclui casos antigos como sentenças já definitivas, como por exemplo Costa Freire, nos anos 90, ou mais recentemente o ex-secretário de Estado do PSD Paulo Júlio. Nem ex-governantes visado por crimes alheios às funções públicas como Manuel Carrilho (violência doméstica), Duarte Lima ( homicídio) ou Oliveira e Costa (BPN).

O que está em causa é um elenco de crimes que vai da corrupção ao branqueamento de capitais, destinado a lavar o dinheiro obtido de forma ilícita. Mas nem sempre é de dinheiro que se trata nestes casos : há situações em que os governantes foram pagos em géneros. É este por exemplo o caso dos quatro ex-secretários de Estado envolvidos no caso Galpgate, em que estão em causa as estadias pagas pela petrolífera a convidados para assistirem os jogos que a selecção nacional de futebol disputou em França no Euro de 2016.

João Vasconcelos era secretário de Estado da Indústria, Jorge Costa Oliveira da Internacionalização e Fernando Rocha Andrade, dos Assuntos Fiscais. Demitiram-se todos no Verão passado do Governo de António Costa, dias antes de terem sido constituídos arguidos. As suspeitas do Ministério Público também recaíram sobre o administrador executivo da Galp Carlos Costa Pina, que foi secretário de Estado do Tesouro e das Finanças de José Sócrates. Em investigação estão factos susceptíveis de integrarem o recebimento indevido de vantagem, previsto na lei dos crimes de responsabilidade de titulares de cargos políticos. Só quando o inquérito terminar se verá se haverá acusação ou arquivamento.

Milhões em viagens, carros e vinhos

O Ministério Público acusa cinco administradores do grupo de ensino particular GPS (Gestão e Participações Sociais) e dois decisores públicos de se terem apoderado de mais de 36 milhões de euros do Estado, que estavam destinados aos colégios que administravam através de contratos de associação, entre 2005 e 2013.

O despacho da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, com 268 páginas e datado de sexta-feira, foi citado esta semana pelo Expresso e detalha o destino dos fundos desviados. Cruzeiros, viagens aos estrangeiro, mobiliário e refeições com facturas de milhares de euros estão entre os gastos apresentados pelos administradores.

Na lista de arguidos estão o presidente do grupo e ex-deputado socialista António Calvete, o ex-secretário de Estado Adjunto e da Administração Educativa José Manuel Canavarro, e José Almeida, antigo director regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo.

Fonte: Público.

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading