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Portugal: Justiça fez mapa para investigar poder angolano

A Justiça portuguesa fez um mapa sobre a teia das ligações do poder angolano e aquelas foram passadas à lupa pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). Desde Manuel Vicente, ex-vice-presidente de Angola; até ao general Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, ex-ministro do Estado e chefe da Casa Militar, ou Álvaro Sobrinho, o homem do BES Angola e maior accionista individual do Sporting Clube de Portugal, foram muitos os elementos do poder angolano que estiveram sob investigação do Ministério Público.

No processo Fizz está mesmo a cópia do mapa, onde são feitas ligações aos suspeitos e às inúmeras empresas onde eram sócios ou tinham participações. O ex-ministro das Finanças e antigo governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior, é o primeiro do gráfico e surge referenciado como estando ligado a Manuel Vicente e tendo transacções financeiras com Álvaro Sobrinho. O banqueiro do BESA aparece depois ligado à advogada Ana Bruno, com escritório em Lisboa.

O segundo alvo de suspeitas foi o general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, que era chefe da Casa de Segurança da Presidência da República. É feita a sua ligação a Manuel Vicente e a várias empresas investigadas pela Justiça portuguesa, como a Portmill, que foi usada para comprar casas de luxo no Estoril. É ainda referida a sua mulher (Amélia Nascimento), sócia de empresas com ligações a Manuel Vicente.

O ex-ministro da Comunicação Social, Manuel António Rabelais, foi outro alvo da Justiça. Nas referências do documento que foi criado pelos magistrados do DCIAP dá-se ainda conta de que é sócio de três empresas.

No mapa com o nome “a teia do poder angolano “, o general Kopelipa é mais uma das figuras de destaque. Aparece ligado a Manuel Vicente e a várias empresas conexas aos interesses do general Dino.

Manuel Vicente, que o Ministério Público diz que corrompeu o procurador Orlando Figueira para que arquivasse dois processos -crime onde estava a ser investigado, surge depois ligado à Sonangol, designadamente a Francisco Lemos.

A ponte com o ex-magistrado do DCIAP (agora a ser julgado), é feita precisamente através da petrolífera angolana, que por sua vez aparece como accionista da Primagest, também ela com participação no Banco Privado Atlântico de Carlos Silva. Nesta parte do gráfico dá-se então conta de que Orlando Figueira recebeu quase 200 mil euros do BPA e 210 mil dólares da Primagest. São as quantias que o DCIAP suspeita que foram pagas ao ex-magistrado.

O banqueiro Carlos Silva, que no processo Fizz é apontado por Paulo Blanco e por Orlando Figueira como o homem que contratou o ex-procurador, não surge no mapa.

Fonte : CM.

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