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Portugueses mantêm fama de alcoólicos

Portugal é o único território europeu que tem o consumo de bebidas alcoólicas como a mais importante variante de risco de morte prematura. Peritos internacionais afirmam que, dentro de duas décadas, os portugueses viverão menos 121 mil dias por efeito deste consumo.

Idêntico perigo não é identificado em mais nenhum país da Europa, onde o tabaco é a primeira condicionante.

A conclusão consta da projecção sobre a mortalidade em 2040, porém é contestada pelos especialistas portugueses. A realidade recente mostra uma evolução positiva nos hábitos da população, mas que não levou à alteração do estigma de um passado marcado por elevados níveis de alcoolismo.

Lá fora, os portugueses ainda não se livraram da fama de alcoólicos . Os perigos do álcool surgem também na Dinamarca, França ou Luxemburgo, mas em segundo plano. No conjunto da Europa ocidental, na vizinha Espanha ou também na latina Itália, é considerado pelos peritos somente em terceiro lugar.

“Não sei a que se deve esta posição do álcool entre os principais factores de risco porque desde 2013 que outros estudos colocam o tabaco em primeiro lugar”, afirma Manuel Cardoso, vice-presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.

“Nestas projecções, a França tem cinco vezes mais anos de vida perdidos, e Itália e Espanha mais ainda do que Portugal, mas o álcool não é identificado em primeiro lugar. Isto pode dever-se ao facto de os países com respostas mais eficazes dos serviços minimizarem melhor os efeitos negativos do álcool”, explica .

Manuel Cardoso garante que é um estigma.

“No estudo da OMS do mês passado, o consumo nacional anual per capita é de 12,3 litros, 9,8 na região europeia. A taxa de problemas associados é de 6,8% em Portugal, 8,8% na Europa, e a mortalidade de 282 por milhão de habitantes no país, 383 na União Europeia . Portanto, o nosso padrão é benéfico”, afirma.

Os progressos não podem, no entanto, estagnar. “Precisamos de fazer mais porque a situação pode descambar”, alerta. Em causa está uma mudança identificada no ano passado: o aumento do consumo entre as mulheres com mais de 35 anos .

“Se os hábitos se equipararem aos dos homens, disparará a mortalidade, desde logo, por cancro da mama”, explicou.

Fonte: Expresso

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