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PR angolano cria Direcção de Combate aos Crimes de Corrupção

De acordo com o teor do decreto presidencial 78/18, de 15 de março, este novo organismo vai funcionar como um novo serviço executivo central do Serviço de Investigação Criminal (SIC), órgão policial na dependência directa do Ministério do Interior.

O combate à corrupção e a práticas lesivas do interesse público têm sido a tónica do discurso de João Lourenço, desde a investidura como terceiro chefe de Estado na história de Angola, em setembro passado, sucedendo a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos

“Ninguém é suficientemente rico que não possa ser punido, ninguém é pobre demais que não possa ser protegido”, foi um dos mais sonantes avisos que o novo chefe de Estado, um general com 63 anos ( fez 64 a 5 de março do corrente ano), deixou ao tomar posse, a 26 de setembro de 2017, após a vitória nas eleições gerais de agosto.

Na mesma intervenção, João Lourenço prometeu que o combate ao crime económico e à corrupção seria uma “importante frente de luta” e a “ter seriamente em conta” neste mandato.

Em dezembro passado, o subprocurador geral da República de Angola João Coelho defendeu a criação de uma alta entidade de combate à corrupção, com o objectivo de dar uma “outra visão, dimensão ” a esta tarefa.

“Não se combate a corrupção com apenas quatro magistrados. Uma estrutura maior, com uma direcção grande, onde estariam procuradores, eventualmente, e peritos de contabilidade, serviços de inteligência, com algum poder, poderiam efectivamente dar uma outra visão, dimensão ao combate à corrupção no nosso país”, explicou João Coelho.

Para o subprocurador-geral, seria uma mais-valia para Angola a criação de uma estrutura de nível quase ministerial, onde funcionasse “uma alta entidade” de combate à corrupção.

Segundo João Coelho, há muitos casos neste momento em investigação na direcção nacional, “que tem feito um trabalho louvável”, sendo as áreas mais investigadas a banca e Administração Geral Tributária (AGT), bem como algumas outras áreas ligadas ao funcionalismo público de uma maneira geral.

Em outubro, o Serviço de Investigação Criminal anunciou a detenção de cinco funcionários da Administração-Geral Tributária, por suspeitas de desvios de receitas da cobrança de impostos a empresas importadoras.

De acordo com o subprocurador-geral da República, os investigados geralmente fazem “um pacto de silêncio”, mesmo sendo constituídos arguidos, condenados, “preferem ficar na cadeia do que efectivamente denunciar outras pessoas, que de alguma maneira estão ligadas ao crime”.

“As pessoas que constam numa denúncia são investigadas, na segunda fase, que é a fase da investigação criminal, as pessoas são livres de dizerem com quem participaram nessa acção criminosa, nós vamos até onde o cidadão pode efectivamente nos dizer”, referiu.

Acrescentou que “há suspeita de que há mais alguém envolvido, de nível superior, mas não se chega ali porque os documentos muitas vezes não são encontrados e segundo porque há um pacto de silêncio”

“Quer dizer, ele vai ficar oito ou dez anos na cadeia, mas prefere ficar na cadeia do que efectivamente denunciar outras pessoas, que de alguma maneira estão ligadas ao crime”, salientou.

Fonte: Lusa.

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