
O Presidente da República , João Lourenço, manifestou hoje “grande consternação” pelos “acontecimentos trágicos” ocorridos na província de Benguela, em que chuvas abundantes e ventos anormalmente fortes provocaram, no sábado, pelo menos 16 mortos.
Numa mensagem, divulgada pela Casa Civil do Presidente da República, João Lourenço lamenta também os ferimentos em “dezenas” de cidadãos, a destruição de habitações e os danos em bens patrimoniais.
“Foi com grande consternação que tomei conhecimento dos acontecimentos trágicos ocorridos na província de Benguela, em que chuvas abundantes e ventos anormalmente fortes destruíram habitações, danificaram bens patrimoniais diversos e – mais grave – causaram a morte a pelo menos 16 cidadãos e ferimentos a dezenas de outros”, escreve o chefe de Estado angolano.
“Neste difícil momento para as populações diretamente afetadas pelas enxurradas, apresento às famílias enlutadas as mais sentidas condolências”, acrescenta João Lourenço na mensagem.
A mais recente informação divulgada hoje de manhã pela polícia angolana dava conta de que o temporal que assolou, no sábado, o litoral da província de Benguela tinha provocado 13 mortos, entre os quais quatro crianças.
Segundo um porta-voz da polícia, a intensa chuva atingiu, sobretudo, vários bairros da vila de Catumbela, destruindo casas, que soterraram várias pessoas, enquanto outras foram arrastadas pelas fortes enxurradas.
Citado pelo Jornal de Angola, o administrador municipal da Catumbela, Julião de Almeida, referiu que entre os mortos estão quatro crianças, cujos corpos já foram recuperados pelas autoridades e que se encontram na morgue local.
No entanto, as buscas prosseguem em todos os bairros e nas valas de drenagem que se encontram cobertas com lama e lixo.
Na cidade de Benguela, capital da província homónima, o administrador local, Carlos Guardado, indicou ter sido encontrado um corpo numa vala do bairro da Canequetela, adiantando que prosseguem também as operações de busca e salvamento.
“Estamos ainda a fazer o balanço dos danos, mas já registámos 18 árvores tombadas devido ao forte vento que se fez sentir durante a noite e seis residências ficaram sem coberturas no bairro do Liro”, referiu o administrador.
Carlos Guardado deu ainda conta de inúmeros amontoados de lixo e de outros resíduos depositados nalguns pontos da cidade e na própria baía, após terem sido colhidos pelas enxurradas nas encostas dos morros onde se situam os bairros mais desfavorecidos.
A construção anárquica de residências precárias em zonas de risco tem sido apontada pelas autoridades locais como uma das causas para os elevados danos humanos e materiais que se registam na época de chuvas.