Presidente João Lourenço quer processo de Manuel Vicente transferido para Luanda

Se o desfecho não for favorável, “Portugal tomará, a seu devido tempo, conhecimento das posições que Angola vai tomar”, afirmou João Lourenço.
Se o desfecho não for favorável ao país africano, “Portugal tomará, a seu devido tempo, conhecimento das posições que Angola vai tomar”, asseverou João Lourenço. “O que é que é preciso fazer para que as relações voltem aos bons níveis do passado recente? Apenas um gesto. Esse gesto é remeter o processo para Angola, é satisfazer o pedido de Angola para que as autoridades judiciais angolanas”, referiu o Presidente angolano no Palácio Presidencial, em Luanda. “A responsabilidade está do lado de Portugal. Como se costuma dizer, a bola não está do nosso lado, está do lado de Portugal.”
Na altura em que foi pedida a transferência do processo, no final de Novembro, o chefe da diplomacia angolana garantia que Angola sobreviverá a uma crise de relações com Portugal.
Na origem de tudo isto está a Operação Fizz, processo em que o ex-vice-Presidente de Angola e ex-presidente do conselho de administração da Sonangol, Manuel Vicente, é suspeito de ter corrompido, em Portugal, Orlando Figueira, quando este era procurador do DCIAP, departamento do Ministério Público, que investiga a criminalidade mais grave, organizada e sofisticada, designadamente de natureza económica.
A transferência do processo que decorre Portugal para a jurisdição de Angola seria permitida através dos acordos judiciários que existem entre os dois países, em consonância com os acordos da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). À semelhança do líder angolano, vários outros membros do Governo de Angola já tinham manifestado a sua vontade de ver o ex-Presidente Manuel Vicente ser julgado em Luanda e não em Portugal.
O início do julgamento está marcado para 22 de Janeiro, no Tribunal Judicial de Lisboa. “Nós temos toda a paciência deste mundo. Se o julgamento começa agora em Janeiro ou só em Dezembro ou só no próximo ano, nós vamos continuar à espera”, garantiu o Presidente angolano.
Fonte: Público