Protecção civil angolana forma técnicos para melhorar informação sobre desastres

Angola está a formar quadros da área de proteção civil e bombeiros para melhorar a gestão de informação antes e após um desastre, evitando desta forma a dispersão das atenções.
Os 52 técnicos da direção nacional e provinciais estão a receber a formação num seminário de três dias, que conta com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).
No futuro, estes técnicos serão também eles formadores.
Na abertura do evento, o secretário de Estado do Interior para o Asseguramento Técnico, Hermenegildo Félix, destacou que as bases de dados de inventariação dos desastres existentes no país, “ainda que insuficientes”, poderão constituir uma mais-valia nos processos de recolha, registo sistemático, organização, armazenamento e análise de dados sobre perdas decorrentes de catástrofes.
“Assumimos assim o compromisso de nos próximos tempos as comissões provinciais de proteção civil trabalharem no sentido de integrarem as diferentes ferramentas de gestão de informação, a fim de se melhorar os mecanismos de produção da informação, o sistema de armazenamento e a sua disseminação”, disse.
Em declarações à imprensa, à margem do seminário, o comandante do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros, Bênção Cavila Abílio, disse que constitui uma dificuldade para as suas ações a deficiente informação existente sobre ocorrências, desastres e calamidades que ocorrem no país, na medida em que as mesmas chegam a ser contraditórias.
“A título de exemplo, falou-se muito a cerca da seca no Caimbambo, [província angolana de Benguela], mas não era seca, era uma estiagem ligeira que houve lá, porque choveu em alturas impróprias, mas a informação veiculada pelas pessoas, nas redes sociais, dá sempre um alarido e procura dramatizar a informação”, salientou.
Segundo o responsável, como consequência da deficiente informação, são protelados os apoios para as áreas que assim o exigem no momento.
“Ao invés de lançarmos as nossas atenções para o Curoca [província angolana do Cunene], que não está em melhores condições que as outras áreas, quando a informação vem deficiente então desvia as atenções para aquelas áreas onde não deveríamos concentrar as nossas atenções”, exemplificou.
Os participantes ao seminário vão receber formação sobre conceitos de informação e conhecimento de gestão, recolha de dados (antes, durante e depois da emergência), resultados da gestão de informação (análise da situação e informação) e absorver a experiência da África do Sul na gestão de informação e de risco de desastres.
Fonte: Lusa