Quadros da TAP suspeitos de”lavar” 25 milhões de Angola

Um esquema ilícito de branqueamento de capitais utilizou a TAP para “lavar” mais de 25 milhões de euros de responsáveis da petrolífera angolana Sonangol, avança hoje o Correio da Manhã (CM). Eram quatro os altos quadros da companhia aérea portuguesa envolvidos no esquema, entre eles o ex-administrador da empresa, Fernando Jorge Alves Sobral. Os restantes (todos ligados à área da manutenção), eram José Santos, Vítor Pinto e Pedro Pedroso.
Os quatro responsáveis da TAP, acusados pelo Ministério Público após investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, terão permitido e ajudado a montar em Portugal um esquema de falsas prestações de serviços da TAP à Sonair, uma subsidiária da Sonangol.
Através deste esquema, refere o CM, terão sido transferidos para Portugal fundos pertencentes a responsáveis da petrolífera angolana e de proveniência ilícita. Após circularem por várias contas, “aterrando” em contas offshore, os fundos eram utilizados para adquirir vários imóveis de luxo na Grande Lisboa.
A investigação levou à apreensão de nove casas de luxo e 21 contas bancárias.
Estes motivos levaram a que o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) acusasse um total de sete indivíduos da prática dos crimes de corrupção activa com prejuízo no comércio internacional, branqueamento e falsificação de documentos. Além dos quatro altos quadros da TAP, estão também acusados os advogados João Gomes Correia, Miguel Alves Coelho e Ana Paula Reais. O Ministério Público entende que estes advogados terão sido intermediários no esquema de branqueamento, nomeadamente através de falsos serviços de consultoria.