Que ocupem os lugares cimeiros

Pela primeira vez 5 universidades angolanas foram incluídas nas 100 melhores universidades de África. O UniRank, um diretório internacional de ensino superior que revisa mais de 13 mil universidades e faculdades credenciadas no mundo inteiro, incluiu no seu top 100 as universidades, Católica de Angola (40ª), Agostinho Neto (68ª), Metodista (81ª), Independente (92ª) e Técnica de Angola (94ª).
Há alguns anos atrás, a ausência de universidades nacionais neste grupo provocou um justificado alarido entre a comunidade académica do país. Esta comunidade académica que cresce à proporção das instituições do ensino superior, até 2011 o país ostentava 38 instituições do ensino superior, destas 22 eram privadas e 16 estatais que subdividiam-se em 7 universidades, 7 institutos e 2 escolas superiores.
Penso, no entanto, que devido aos preços praticados naquelas instituições privadas, elas deviam estar em condições de liderar os rankings continentais, como o fazem as sul-africanas, e ombrear com algumas das melhores universidades do mundo.
O que leva uma universidade a ser considerada uma das melhores no continente ou no mundo?
O principal fator levado em conta costuma a ser a reputação acadêmica, um cálculo feito através de uma sondagem com cerca de 60 mil acadêmicos divididos entre professores, pesquisadores e palestrantes em todo o mundo, que avaliaram instituições que não fossem as suas próprias. São analisadas também as pesquisas publicadas e o número de vezes que elas foram citadas por outros pesquisadores, além da proporção do corpo docente por estudantes.
Conquanto, a reputação, citações e a proporção de professores, estes elementos representam 80% dos rankings. Diante disso, as melhores instituições são quase sempre universidades grandes e prestigiadas, com foco em pesquisa, com prestigiados departamentos de ciências e com alargada cooperação internacional.
Os rankings pecam por suas limitações, eles medem os atributos da universidade ao invés de avaliar seus alunos, produzem uma análise generaliza, quando esta análise devia incidir sobre um tipo específico de instituição, a que dá ênfase a pesquisas científicas.
Consequentemente, instituições sem foco em pesquisa, especializadas e pequenas, por exemplo, não são destacadas, independentemente da qualidade que têm. Por isso, Philip Altbach questiona, estará correta a inclusão e comparação de instituições que não realizam pesquisas em rankings destinados a universidades focadas em pesquisas?
Ademais, a ênfase na reputação reforça a vantagem daquelas instituições já afamadas. Por fim, os primeiros postos neste ranking são exclusivamente preenchidos com universidades anglófonas.
Apesar de todos os poréns aqui mencionados, é difícil negar a relevância que tais classificações têm na reputação e imagem das universidades, ajudando-as a atrair estudantes, docentes qualificados e investimento.
“ Para concluir onde principiamos, queremos felicitar as 5 universidades angolanas mencionadas, esperamos que nos próximos anos possam liderar os rankings, continental e mundial. Que ocupem os lugares cimeiros.”