
Os restos mortais do líder fundador da UNITA, abatido na guerra civil angolana em 2002, só serão exumados provavelmente em 2019, disse hoje à agência Lusa o porta-voz do partido do “Galo Negro”.
Alcides Sakala, que falava a Lusa à margem da IV Reunião da Comissão Política da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que começou hoje e termina domingo de manhã em Viana, salientou, porém, que estão a decorrer discussões entre o partido e o Governo para a definição de um calendário para a operação.
Em Agosto, na sequência de uma reunião inédita entre o Presidente da República, João Lourenço, e o líder da UNITA, Isaías Samakuva, o Chefe de Estado angolano garantiu o “empenho pessoal” para que o processo de exumação dos restos mortais de Jonas Savimbi ficasse concluído ainda este ano.
” O ano já no fim, naturalmente. Mas o importante é que as discussões continuam. Estas condições criadas para o efeito têm vindo a aproximar pontos de vista . […] Vai-se definir um quadro de passos que têm de ser dados e pensamos que, no início do próximo ano, poderemos apresentar eventualmente um cronograma quase definitivo deste processo”, disse hoje Alcides Sakala.
“As duas comissões de trabalho, uma da UNITA e outra do Governo, continuam com as discussões e, oportunamente, poderemos fazer o ponto de situação”, sublinhou.
O líder histórico da UNITA nasceu a 03 de Agosto de 1934, no Munhango, a comuna fronteiriça entre as províncias do Bié e Moxico, e viria a ser morto em combate após uma perseguição das Forças Armadas Angolanas a 22 de Fevereiro de 2002, próximo de Lucusse, no Moxico, onde os seus restos mortais permanecem sepultados, à guarda do Estado angolano.
A exumação dos restos mortais de Jonas Savimbi insere-se no quadro da “reconciliação nacional” promovida pelo Presidente João Lourenço. Governo e UNITA mantiveram uma guerra civil de 27 anos (1975-2002), que já permitiu realizar idêntico processo, concluído com uma homenagem ao mais alto nível, a um alto militar do exército do “Galo Negro”, o general Arlindo Chenda Pena “Ben Ben”, que foi chefe do Estado -Maior Adjunto das Forças Armadas Angolanas (FAA) por altura da sua morte na África do Sul.
Fonte : Lusa.