DestaquesSociedade

Restos mortais de Jonas Savimbi vão ser devolvidos à UNITA até ao final do ano

O Presidente da República assumiu esta terça-feira que vai empenhar-se “pessoalmente” no processo de exumação dos restos mortais do antigo líder da UNITA Jonas Savimbi, abatido durante a guerra civil angolana em 2002.

A garantia foi dada por João Lourenço ao presidente da União Nacional da Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, durante um encontro realizado hoje no Palácio Presidencial, o segundo desde que o chefe de Estado angolano chegou ao poder, em setembro de 2017.

A 06 deste mês, Samakuva lamentou que o Estado angolano continue a reter os restos mortais de Jonas Savimbi, morto em 2002, facto que o líder da UNITA disse constituir “um testemunho gritante da política de exclusão entre irmãos”, acrescentando que a atitude de Luanda “simboliza a necessidade imperativa da genuína reconciliação nacional” e está a impedir a realização de um “funeral condigno”.

O líder “histórico” da UNITA nasceu a 03 de agosto de 1934, no Munhango, a comuna fronteiriça entre as províncias do Bié e Moxico e viria a ser morto em combate após uma perseguição das Forças Armadas angolanas a 22 de fevereiro de 2002, próximo de Lucusse, na província do Moxico, onde os seus restos mortais permanecem sepultados, à guarda do Estado angolano.

Segundo a Televisão Pública de Angola (TPA), João Lourenço garantiu hoje o “empenho pessoal” para que, ainda este ano, o processo esteja concluído e que os restos mortais de Savimbi sejam entregues à UNITA.

Segunda-feira, o Ministério do Interior angolano respondeu ao repto feito por Samakuva a 06 deste mês, lembrando que o processo foi iniciado pelo líder da UNITA a 11 de dezembro de 2014, precisamente numa carta endereçada ao então Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Na carta, Samakuva informou Eduardo dos Santos que iria iniciar um processo de exumação e inumação dos restos mortais de Savimbi, solicitando também a indicação de um interlocutor do Governo para abordar o assunto.

O então chefe de Estado, lê-se no documento, indicou o Ministério do Interior para representar o Governo e, por sua vez, a direção da UNITA avançou com o nome do na altura vice-presidente do partido, Ernesto Mulato, na qualidade de coordenador da comissão das exéquias do líder fundador.

Em maio de 2015, segundo o comunicado, o ministro do Interior reuniu-se com Ernesto Mulato, acompanhado por vários membros da comissão, entre eles um dos filhos do antigo líder, Rafael Savimbi.

“No encontro, a delegação da UNITA apresentou um caderno de encargos sobre as exéquias do Dr. Jonas Savimbi, que previa atividades até ao primeiro trimestre de 2016. [Já houve) outros encontros, quer com o presidente Samakuva, com o [atual] vice-presidente Raul Danda, com o presidente da bancada parlamentar, Adalberto Costa Júnior, entre outros, para a abordagem de questões pontuais”, refere-se no comunicado.

No documento, o Ministério do Interior manifesta disponibilidade para continuar a tratar do assunto, nos termos da orientação política do executivo e dos resultados do encontro mantido com a direção da UNITA e para tal enviou segunda-feira uma carta a Samakuva.

O Ministério do Interior adiantou que a direção da maior partido da oposição angolana ainda não enviou os documentos referentes ao processo, que não aborda o assunto no mecanismo da comissão criada e que, “provavelmente, o então vice-presidente da UNITA, Ernesto Mulato, não passou o processo ao atual vice-presidente, Raul Danda”.

Hoje, o porta-voz e deputado da UNITA, Alcides Sakala, sem, para já, avançar mais comentários, confirmou que a comissão do partido continua a ser coordenada por Ernesto Mulato e que doravante o partido irá avançar com novas iniciativas.

Fonte: JN

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading