Rússia propõe construção de fábrica para produção de vacinas em Angola

O Governo russo submeteu ao Governo angolano uma proposta para a construção de um laboratório para o fabrico de vacinas, anunciou esta quarta-feira, em Luanda, o embaixador daquele país em Angola.
Vladimir Tararov falava à Televisão Pública de Angola na receção de 18,5 toneladas de produtos hospitalares, entre os quais mais de 5.000 doses de testes RT-PCR para a covid-19, doados pela Rússia, acabados de chegar ao País.
Segundo o embaixador russo, a proposta sublinha igualmente a disponibilidade para o envio de vacinas ao País, com abertura para a possibilidade de construção de uma fábrica para produção de vacinas, inclusive contra a covid-19.
“Mas isso depende mesmo só do desejo e da disponibilidade, antes de tudo, do Governo de Angola”, disse Vladimir Tararov.
De acordo com o diplomata russo, este é um acto simbólico de ajuda humanitária e demonstração das ligações históricas entre os dois países, “porque os amigos não podem deixar os amigos numa situação de calamidade”.
Por sua vez, o secretário de Estado para a Saúde Pública de Angola, Franco Mufinda, afirmou terem sido recebidos cerca de um 1,5 milhões de máscaras cirúrgicas e cerca de 13.000 fatos de biossegurança, viseiras e álcool para higienização dos profissionais.
Relativamente à evolução da situação epidemiológica do País, Franco Mufinda afirmou que, “se as coisas piorarem, não há outra alternativa senão fazer a revisão do processo actual”, como fazem os outros países.
“Devemos apelar, uma vez mais, à nossa população a evitar esse tipo de comportamento [desrespeito das regras de prevenção e combate à covid-19], para não levar o Executivo a tomar uma medida que já tivemos aqui, que é o Estado de emergência”, disse.
Angola contabilizou nas últimas 24 horas, 8.049 casos, com 251 óbitos, 3.037 doentes recuperados e 4.761 activos, incluindo nove em estado crítico e 19 graves.
A pandemia da covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40,8 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo balanço da AFP.