Simples apreciação dos ventos que avocaram mudanças…

O novo Governo da República de Angola abstém-se de conferir descanso à população e aos medias nacionais/internacionais, fustigando-os com “quistas exonerações”, “aplausíveis nomeações”, tardios, mas sempre bem-vindos “cancelamentos de contratos (ilegais)”, e “destruições de monopólios/oligopólios”. Demostrando que, o executivo liderado pelo Presidente João Lourenço, assumiu as suas funções muito bem-avisado, profundamente consciente das mudanças que se faziam/fazem necessárias ao “status quo” nacional.
A última exoneração, das muitas que temos estado a anotar nos últimos dois meses, terá sido talvez a mais aguarda pelas populações. A exoneração de Isabel dos Santos (Presidente do Conselho Administrativo da Sonangol) ontem, quarta-feira 15/11, não vem apenas saciar desejos e acariciar vontades. O afastamento de tão poderosa personalidade, cujo os cordões umbilicais já todos conhecemos, demostra, mais uma vez, a necessidade que sente João Lourenço de temperar/afirmar sua “governação”, de verdadeiramente corrigir o que tem estado mal, mas sobretudo, de controlar os fundos petrolíferos que serão certamente, os fundos usados na implementação dos seus projetos governativos, uma vez que, a indústria petrolífera constitui cerca de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) angolano.
João Lourenço tem demostrando bravura, sapiência, condescendência e até mesmo algum “swing político”. É certamente, o líder que os angolanos precisavam há já algum tempo. Veio tarde o João Lourenço, mas veio, veio no tempo que decidiu o destino, este mesmo destino, substantivo masculino que indica o fim ou resultado de uma determinada ação, coisa ou tempo. Este mesmo destino sinónimo de sina, fado, sorte, fatalidade e futuro, nos mostrará no horizonte, o sucesso ou as fatalidades das escolhas executadas hoje.
Por ora, sabe bem respirar os “sopros de esperança” que acariciam os corações dos angolanos, uma esperança que quase morreu asfixiada devido o “cafrique” que lhe tinham aplicado.
“Até, há já quem chame João Lourenço de Pai do Renascimento Angolano” … “JIKULUMESSU”…
Conquanto, é importante não criarmos aquilo que alcunho um “rebanho de expectações empolgas”, um conjunto de expectativas graúdas. O que está a ser feito e bem feio, diga-se em abono à verdade, deve ser aplaudido e encorajado. Mas devemos saber que, a euforia que vivemos hoje, fruto de uma aparente mudança na forma como somos governados, muito se assemelha a esperança e a alegria que sentiram os nossos kotas em “tempos de outra senhora”… De mais a mais, é importante relembrar que apesar do que está a ser feito, o país não livrou-se, ainda, de um dos seus maiores males, “a pobreza”, “os números da pobreza continuam a somar” a “crise económica” também não nos largou, não há divisas ainda, o abastecimento de água e energia elétrica continua medíocre, os índices da delinquência parecem ter aumentado exponencialmente. É certo que, alguns dos problemas aqui expostos, precisarão de mais de dois meses para serem endereçados. Por isso, consignaremos ao novo governo duas dúzias de meses, para auferirmos a assertividade de suas ações.
Até lá, recomenta-se um relativo controlo sobre os anseios e um “bater de bola baixo” … E para satisfação pessoal, gostava de concluir esta crónica com uma frase que usei já em crónicas de outros tempos…
“Que Deus permita aos angolanos chegar…até onde os permitiu sonhar”