Sonangol rejeita ofertas e recoloca imóveis em Setúbal e Lisboa à venda

A Sonangol rejeitou as ofertas que recebeu para os dois imóveis que pôs à venda no final de Agosto: um prédio na Avenida da República, junto ao Saldanha, em Lisboa, e um antigo convento em Setúbal, soube o Negócios junto de uma fonte ligada ao processo.
Agora, a petrolífera estatal angolana vai recolocar os dois activos à venda , acrescentou a mesma fonte, sem indicar um prazo para a nova tentativa de venda.
Pelo edifício localizado em Lisboa, a Puaça, detida a 100% pela Sonangol, recebeu seis propostas. No entanto, “nenhuma das ofertas mereceu o acordo da Sonangol”. A petrolífera angolana terá rejeitado as propostas “não só pelo mas também por questões relacionadas com os prazos para a conclusão da operação”, acrescentou a mesma fonte.
No anúncio de venda publicado a 23 de Agosto, a Sonangol indicava que o contrato-promessa de compra e venda devia ser assinado até 15 de Setembro e a escritura definitiva realizada até 31 de Dezembro.
Fonte do mercado indicou ao Negócios que “os prazos eram anormalmente curtos e, a não ser que o vendedor já tenha ‘alinhada’ alguma entidade para a compra, para qualquer outro investidor seria necessário mais tempo”.
“Os investidores estão a olhar para Lisboa, é verdade, mas são investidores sofisticados”, reforçou.
O edifício junto ao Saldanha, segundo o Jornal Económico, tem um “valor potencial de 60 milhões de euros”. O prédio apresenta uma área de 13.400 metros quadrados (m2) acima do solo e ainda mais 14.000 m2 abaixo do solo.
O imóvel foi adquirido pela Sonangol em 2009, por um valor de 38,5 milhões de euros, segundo apurou na altura o Negócios. O edifício encontrava-se ainda inacabado, após ter estado embargado durante vários anos . Mas as obras iniciadas pela petrolífera estatal angolana acabariam por ser suspensas em meados de 2015, encontrando-se o imóvel ainda por concluir.
Também a 23 de Agosto, a Sonangol, através da subsidiária Dinari-Project III, pôs à venda o antigo Convento de Brancanes, em Setúbal .
O convento, que tem uma área potencial de construção de 20 mil metros quadrados, já havia sido colocado no mercado no início deste ano , tendo na altura surgido três propostas, embora nenhuma delas fosse vinculativa . O processo acabou por ficar parado.
Desta feita, foram recebidas “quatro ou cinco ofertas “ mas, mais uma vez, a Sonangol rejeitou-as devido aos valores e aos prazos propostos pelos potenciais compradores.
O imóvel, segundo referiram especialistas do sector, terá um valor de pelo menos 4,5 milhões de euros.
A Puaça registou prejuízos de cerca de 6,3 milhões de euros no ano passado. Já a Diraniproject SGPS, que tem um capital próprio negativo de 19 milhões de euros e no exercício de 2018 registou um resultado negativo de 336 mil euros.
O objectivo da Sonangol, comunicado aos revisores de contas, é o de proceder à liquidação das empresas participadas para posterior liquidação da SGPS.
Fonte: Jornal Negócios.