Ti Celito num comboio chamado Afectos

Podia até ser uma interessante analogia com o filmede Elia Kazan Um Eléctrico Chamado Desejo, com as brilhantes interpretações de Marlon Brando e de Vivien Leigh.
O filme é marcante e sensacional devido às interpretações destes dois actores. A bela e dramática Blanche Dubois (Vivien Leigh), uma sulista que gosta da virtude e da cultura, mas que usa isso como escudo para esconder sentimentos de amargura e desilusão, além do vício do álcool.
Ela é a tal que apanha o eléctrico que faz a rota chamada Desire (desejo) para chegar até ao apartamento da irmã Stella Kowalski (Kim Hunter) que vive com um tipo rude, violento e sem modos, um tal Stanley Kowalski (Marlon Brando). Stella teme a reacção do marido aos modos e à doença da irmã. Stanley acaba por ficar furioso quando Blanche interfere no seu relacionamento com a esposa, descobre o passado da cunhada e desmascaraa, arruinando de vez a vida de todos.
Mas o cenário desta crónica não é os EUA, mas Angola. O actor principal não é Marlon Brando nem tem o seu charme e sensualidade, mas supera-o na arte de “espalhar afectos”. O actor principal desta crónica é Marcelo Rebelo de Sousa “Ti Celito”, Presidente de Portugal e dos portugueses.
Não há aqui nenhuma Vivien Leigh e nem eléctricos em Angola para fazer a rota Desire, o que existe é um desejo que se vai materializar na viagem de comboio que Marcelo fará do Lobito até Catumbela. Será uma viagem inédita, cheia de simbolismo e que permitirá animadas conversas à bordo e com muitas selfies.
Marcelo aos banhos, Marcelo pelo interior do país, Marcelo na estrada, Marcelo com os idosos, Marcelo com os sem-abrigo, Marcelo com os camionistas, Marcelo na Cova da Moura, Marcelo na Jamaica, Marcelo na Marginal de Luanda, Marcelo a “fimbar” na Ilha de Luanda… Em quase três anos de mandato presidencial (no próximo dia 9 de Março completa três anos no cargo) já vimos de tudo e já o vimos em todos os momentos e lugares.
No primeiro ano de mandato (2016-2017), não passou um dia sem que o Chefe do Estado português tenha estado presente nos órgãos de comunicação social portugueses. De acordo com um estudo feito na altura, ao longo do seu primeiro ano de mandato foram editadas 118.247 noticias com referência a Marcelo. Foi na televisão que Marcelo teve mais espaço mediático, no primeiro ano de mandato gerou um total de cerca de 1.060 horas de emissões nas estações televisivas, o equivalente a mais de 44 dias, ou seja, neste período Marcelo só não surgiu na televisão em 7 dias. Na rádio, revelam os números, as emissoras portuguesas dedicaram mais de 208 horas de programação a Marcelo. Em suma, naquele período, a voz de Marcelo só não se fez ouvir em 37 dias.
Foi, contudo, na imprensa (jornais e revistas) que Marcelo dominou: o Chefe do Estado português foi mencionado num total de 18.342 artigos e não houve um só dia, ao longo do seu primeiro ano de mandato, que Marcelo não tenha estado presente nas páginas dos jornais e das revistas portuguesas. Na Internet, ele foi uma constante, só em Portugal, foram publicadas 52.280 peças informativas em que o seu nome foi mencionado. É um Marcelo que fala com todos, dança em viagens, oferece presentes e faz selfies, um Presidente superstar.
Até 1 de Março último, Marcelo Rebelo de Sousa havia realizado 53 viagens presidenciais a 33 nações diferentes desde a tomada de posse, a 9 de Março de 2016. De 5 a 9 de Março, Marcelo faz uma visita de Estado a Angola, é a quarta visita de Estado a um país do grupo dos PALOP (Países Africano de Língua Oficial Portuguesa). Depois de Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, o Chefe do Estado português visita Angola, faltando apenas a GuinéBissau para fechar o ciclo PALOP. Em Belém preparam ao pormenor aquela que dizem ser “a mais importante e impactante” visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa em quase três anos de mandato. Na Cidade Alta, João Lourenço quer que os angolanos recebam o seu homologo com verdadeiros “banhos de carinho e de afecto”.
Quatro meses depois, Marcelo retribui a visita de Estado que João Lourenço lhe fez em Novembro passado. As visitas de Estado são as formais incluindo frequentemente uma duração mais prolongada e um maior números de cerimónias oficiais e protocolares (visitas ao Parlamento de um Estado ou a deposição de coroas de flores), e esta visita de Marcelo revela, além do bom momento político e diplomático, o nível de amizade, empatia e cordialidade entre Marcelo Rebelo de Sousa e João Lourenço. O “irritante” está morto e cremado (foi melhor a cremação que um enterro) e as relações entres os países seguem firmes e fortes, as relações entre os políticos precisam de atingir o nível das relações dos dois povos. Marcelo chega no dia do aniversário de João Lourenço e termina no dia em que assinala três anos no cargo de Presidente da República.
A diplomacia dos afectos tem vários momentos nesta visita de Marcelo a Angola. Um deles, é a viagem de comboio que fará na manhã do dia 8 Março (sexta-feira), seguindo o itinerário LobitoCatumbela. Certamente depois de fimbar na praia da Restinga do Lobito. Esta viagem de comboio será uma verdadeira lição de afectos e de história entre os dois países. Marcelo vai no comboio Mala, levando muitas mensagens e afectos, cruzando certamente com um Camacove carregado de mercadorias vindas da capital da antiga metrópole. Daqui a alguns anos ainda nos vamos recordar com alegria e nostalgia do dia em que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa andou num comboio chamado Afectos.
Marcelo é assim, nós gostamos dele assim e vamos viajar com ele e espalhar afectos neste comboio. A viagem de comboio do Presidente será uma viagem dentro de uma outra viagem. No cinema houveUm Eléctrico Chamado Desejo e na vida real teremos um comboio chamado Afectos.
Um abraço ao Ti Celito.