
Ana Gomes não se conforma com a decisão do Tribunal da Relação que enviou para Angola o processo em que está envolvido Manuel Vicente, ex-vice-presidente angolano.
” A argumentação do acórdão da relação é penosa de ler. Foi sonegada à opinião pública uma coisa muito importante: Manuel Vicente tem nacionalidade portuguesa”, o que, na opinião de Ana Gomes, faz toda a diferença.
Em entrevista à TSF, a socialista acusa os juízes relatores da Relação de uma “decisão fabricada à medida do que é conveniente e com o objectivo de fazer desaparecer o irritante”. Mas quem fabricou? Ana Gomes não tem dúvidas que foi “a pressão do poder político” que levou a esta decisão e que “o poder judicial se moldou ao que convinha à política”.
“Irritante não desapareceu”
Se para António Costa a decisão do Tribunal da Relação fez desaparecer o irritante nas relações entre Portugal e Angola, Ana Gomes considera que isso “é apenas ilusório” e que “Portugal continua a ser uma lavandaria de Angola, num esquema de branqueamento de capitais”.
À TSF, a eurodeputada mostra-se convicta de que :
” Mais tarde ou mais cedo este irritante vai voltar, até porque há gente da sociedade civil angolana que está a fazer o seu trabalho”, acreditando que novos factos podem vir a público em breve.
” É desastroso para Portugal que se preste a ser um instrumento de interesses corruptos que representam uma roubalheira para o povo angolano “.
Fonte: TSF.