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Tremores de terra registados na Huíla

Dois tremores de terra de baixa magnitude foram registados na comuna de Ngola, município de Caluquembe, província da Huíla, zona onde são habituais há vários anos abalos sísmicos, divulgaram hoje as autoridades angolanas.

De acordo com a informação hoje prestada pelo diretor do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica de Angola, Domingos Nascimento, o abalo sísmico terá ocorrido, o primeiro às 20:00 de quarta-feira e o segundo às 24:00.

O responsável avançou que após as primeiras análises feitas com o equipamento não foi possível registar a intensidade deste sismo, porque a estação ativa no momento, a de Capande, está colocada acima dos 10 quilómetros.

“Em princípio foi de baixa magnitude, porque deverá estar na escala dos 2 ou 2,5, ela só é sentida na zona em que efetivamente ocorreu, ou seja, na zona onde houver o rebentamento, as pessoas sentiram o rebentamento, é considerada a zona do epicentro, as outras áreas as pessoas sentem um pequeno tremor como ocorreu efetivamente”, explicou.

Domingos Nascimento realçou que uma equipa do instituto deverá deslocar-se sábado para a província da Huíla “para conversar com as populações e ver até que ponto, que tipo de danos houve, o que é que as pessoas sentiram”, para posterior avaliação qualitativa deste evento.

O diretor do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica de Angola apontou a necessidade de se ampliar a rede de monitoramento do sistema geológico do país.

“Porque a zona em que ocorreu já é uma zona sobejamente conhecida, que habitualmente há eventos desta natureza, de qualquer das formas o importante neste momento é acalmar as populações e termos algum cuidado na edificação de determinas infraestruturas em determinadas zonas, neste caso na província da Huíla, mas dizer que é uma área de alguma atividade intensa, atividade sísmica”, frisou.

Em declarações à rádio pública angolana, alguns populares descreveram a ocorrência, confirmando o registo de dois abalos e a inexistência de danos.

Segundo o professor Ezequiel Matias, o fenómeno tem ocorrido em anos anteriores, mas “ano após ano tem ganhado corpo e intensidade”.

“Senti intensidade às 20:00, primeiro a terra estremeceu um pouquinho e terminou com um estrondozinho, o que não tem acontecido nos anos anteriores, nesse caso há suspeita que no futuro possa algum dia vir criar danos humanos”, disse.

Já a administradora comunal adjunta de Ngola, Júlia Zacarias, disse que as autoridades têm estado a passar uma mensagem à população para se manterem calmas.

Portugal está a ajudar Angola a monitorar as suas estações sísmicas, para extensão e melhoria dos serviços no país, trabalho efetuado por dois especialistas portugueses do Instituto do Mar e Atmosfera luso, que vão igualmente instalar programas, realizar pequenos estudos e avaliações de funcionamento das estações existentes.

A atual rede sísmica de Angola, sob responsabilidade do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica de Angola, é composta por cinco estações, estando duas fora de serviço, havendo uma necessidade de se elevar o número para pelo menos mais 25, com vista a assegurar o registo de ocorrências.

Os últimos eventos sísmicos registados em Angola, ocorreram nos últimos dois anos, o primeiro, em outubro de 2016, na cidade de Moçamedes, capital da província do Namibe, e o segundo, em janeiro deste ano, na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, este último considerado preocupante.

Fonte: Lusa

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