Cronistas

Um festival de canção: Noite mágica

No ano de 1970 e integrado no programa das festas comemorativas do I Centenário do Município de Malanje, domingo, no Parque Municipal de Jogos, o III Festival da Canção de Malanje, realização da responsabilidade do ” Programa Encontro “, da Rádio Clube de Malanje e com apoio da Câmara Municipal de Malanje.

Luís Miranda e restantes colaboradores, uma nota de mérito para o Prof. Santos Tiago, com a sua prestimosa e considerada criatividade, ofereceram a população um espectáculo inédito, colorido e pleno de um momento de arte, e que para além do interesse artístico e sentido de revelação , apresentando valores da nossa terra, mostrando-nos uma Malanje de ideias novas, para muitos desconhecida, uma Malanje cheia de ideias maduras e grande de mais para ser acomodada no parque de jogos, um recinto que nasceu grande, e que se tornou pequeno para a dimensão da cidade, já naquele tempo.

E não fora isso, não fora o facto de não haver espaço para tanta gente, provocando alguns contratempos, o espectáculo teria resultado em pleno e de um êxito total.

Mas, tudo aconteceu favoravelmente. Um tempo magnífico duma noite de Maio em Malanje, onde os artistas se excederam a si próprios e acabaram por demonstrar qualidades que os próprios desconheciam. Um público que se manifestou e honrou a terra, com a sua alegria e aplausos, envolvendo-se e contribuindo para uma verdadeira animação de festa. anulando as deficiências e até a própria hesitação e nervosismo dos concorrentes.

Só mesmo o campo pequeno a criar apreensões para uma cidade grande metida num recinto exiguo, e a dizer-nos, que tinha percebido, que merecia mais, que já era tempo dum novo espaço para continuar a sua evolução.

Assim, o demonstrou aquele público estupendo, compreensivo, humano e com uma predisposíção para aplaudir, nunca criticar, verdadeiramente integrado no espírito do espectáculo que decorria, chegando mesmo a excluir o princípio da disputa, muito embora estivessem cançonetistas locais em actuação competitiva, sujeita a classificação e atribuição de prémios. Mas o público esqueceu-se do carácter competitivo, esqueceu-se daquele ou daquela, prestando ruidosamente e rebentando em grandes aplausos, incentivando, encorajando, dando ao III festival da Canção de Malanje, um ambiente de beleza, juventude, de grande civísmo, glorificando e enriquecendo as comemorações do centenário de Malanje.

Além dos cançonetistas locais, a maior parte deles no palco pela primeira vez, esteve no palco, como artista convidada a insinuante e agradável cançonetista Elisabeth Cruz, de Luanda, convidada especial pelo ” Programa Encontro ” que na altura não dispensou elogios aos concorrentes, mostrando como se está num palco e galvanizando o público.

Não faltou também uma parelha de palhaços nos intervalos, que actuou e fez rir, contribuindo e acrescentando a boa disposição do público.

No final, com palmas e ovações, foram distribuídos os prémios, segundo a classificação de cada um, feita por um juri secreto, que, e na sua falta de expriência nestas coisas, fez o melhor para cumprir a sua missão.

Já não tenho na memória a vencedora, creio que neste festival, estiveram presentes: – Maria Amélia Brown; Maria José Barreira; Manuel Pereira; Vicente Freitas, entre outros, a quem peço desculpas pela falha de memória, já lá vão muitos anos…..

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