Cronistas

Verdade ou mentira?

Era 31 de Dezembro de 2015, estava quase no final do meu turno, sou chamada ao gabinete da minha chefe. Estava no último dia do mês de experiência, e iria saber se ia ser contratada.
Tinha que descer 2 pisos, andar um corredor pequeno, virar à direita, andar um longo corredor, e chegar ao fundo.
Demorei o que me pareceram dias a chegar lá, conseguia ouvir o meu coração nos meus ouvidos, e comecei a preparar o discurso de despedida com graciosidade, de agradecimento pela oportunidade, e que entendia que não me iam contratar.
Já te aconteceu? Alguém diz “preciso falar contigo!”, e tu pensas “o que é que eu fiz?”. Nunca pensamos que são boas notícias.

Típico do nosso maravilhoso cérebro. Não sabemos algo, existe um espaço em branco por preencher, então preenchemos com o pior filme de terror possível. Inventamos sempre alguma coisa negativa.
Agora raciocinem comigo, que o pensamento nos venha à cabeça é normal, o problema é quando eu acredito nisso, vivo isso, e tomo atitudes de acordo com isso. De acordo com algo que o meu cérebro decidiu inventar. Uma mentira portanto.
A verdade é que eu tinha que ser chamada naquele dia, sendo ou não contratada, era dia de balanço. Mas claro, e minha mente começou a preencher os espaços em branco daquilo que não tinha conhecimento.

A solução para isso é simples! Pedem para falar contigo, vai, fala e depois conclui. Qualquer conclusão que te chegue antes, pergunta-te: “Este pensamento é verdade ou mentira?”
Recebes um telefonema de alguém que não fala contigo há muito tempo. Começas a imaginar que vão pedir-te alguma coisa ou que são más notícias. Atende, conversa e depois conclui. Até lá pergunta-te: “Isto é verdade ou mentira?”
Tens uma dor forte e pedes ao Dr. Google para diagnosticar-te, e já pensas o pior… Vai ao médico, faz exames, e depois conclui. Até lá: “Verdade ou mentira?”
Pensamentos são isso mesmo, apenas pensamentos. Dos milhões que nos passam na cabeça, se acreditarmos em todos, ficaremos com mais personalidades que o Fernando Pessoa. O melhor mesmo é não criar filmes e séries nas nossas cabeças, e depois encará-las como se da tua vida se tratasse.

Isso só traz sentimentos negativos, má disposição, e consequentemente comportamentos ajustados a realidades paralelas, ou seja, inexistentes.
Naquele dia, naquele trabalho, estava pronta para ir-me embora, mas fui contratada.

Tive sorte, porque há casos que a pessoa atrai aquilo que pensa, porque vive aquilo de tal maneira, que começa a tornar-se os seus pensamentos.
Parece que criamos pensamentos negativos, e realidades obscuras para nos protegermos de não ter que falhar, se imaginarmos coisas positivas. Mecanismo de defesa muito mesquinho, que nos trazem uma vida muito pequena.

Espera teres informação suficiente para tirares conclusões. Depois disso sim, podes começar a fazer perguntas que te tragam soluções. Até lá, fica tranquilo. O que acontecer, vai acontecer. Com ou sem filmes.

Poupas uma carga emocional imensa.

Até para a semana!

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