Verdades mentirosas

Estás a passear no parque com a tua família, e sentam-se para fazer um piquenique.
Uns minutos depois, um homem passa a correr pelo relvado com um ar desesperado e aflito. As suas mãos e roupas estão cheias de sangue. Ele desaparece no horizonte.
Passados 15 minutos descobre-se que uma mulher estava morta atrás de um arbusto. A polícia vem interrogar-te a ti e à tua família. Perguntam se viste alguém que te pareça suspeito. Sem pestanejar, descreves o homem que tinha passado a correr. Não há dúvida, só pode ser ele o assassino.
Mais tarde, ao resolver-se o caso, descobre-se que a mulher tinha morrido de ataque cardíaco. Nem sequer tinha nenhuma ferida que sangrasse… O homem, estava numa quinta ali perto com o seu tio, a aprender a matar galinhas. Assim que cortou o pescoço de uma e ela teve aquela última reação, ele com medo, fugiu.
Cometemos este erro muitas vezes. Não necessariamente o que acabei de descrever, mas o de preenchermos os espaços em branco daquilo que não entendemos. Normalmente interpretamos e avaliamos as coisas, e sem saber estamos a criar uma realidade irreal.
Construímos imagens na nossa cabeça, de coisas que já nem sabemos se realmente vimos ou se formámos na nossa imaginação. O pior de tudo, é que defendemos a pés juntos aquilo que magicamos na nossa mente.
Parece que temos uma aversão total a dizer "não sei". Temos sempre de ter uma explicação, uma opinião, uma posição. Mas às vezes temos que simplesmente dizer "não sei", porque na verdade não sabemos.
Não sabemos porque é que certas pessoas agem como agem, rapidamente as interpretamos como mal educadas, mal formadas, ou dizemos que não gostam de nós.
Não sabemos porque é que certas pessoas tomam certas decisões ou fazem determinadas escolhas, apenas concluímos que são burras, ou imaturas, ou que não sabem o que fazem.
Não sabemos porque é que alguém nos disse que "não", simplesmente assumimos que a pessoa tem má vontade, que é invejosa ou que implica connosco.
Pensamos, achamos, concluímos, criamos verdades que não são verdade. Um desgaste desnecessário de energia.
Aprendi uma das lições mais preciosas da minha vida… Por vezes, para mim, basta-me saber que não tenho que saber tudo. Basta-me entender que não tenho que entender tudo. Basta-me concluir que não tenho que ter uma conclusão sobre tudo.
Assim evito julgamentos, evito mal-entendidos, evito discussões, evito coisas que me deixam infeliz.
As coisas não são o que são, são o significado que lhes damos. Mas escolhi deixar muitas das coisas assim, exatamente como são. Sem filtro. Por vezes, ou quase sempre, é bem melhor.
Até para a semana
Nádia Tavares
Psicóloga
Coach Certificada
Practitioner PNL
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