
Ao contrário do que acontece noutras partes do mundo, a Vivências Press News apurou esta quarta-feira, 8, que a falta de legislação obrigada as entidades culturais no Zaire a não efectuarem cobranças nas visitas aos locais do Centro Histórico de M’Banza Kongo que hoje comemora três anos desde que foi elevado a Património Mundial.
Biluka Nsakala Nsenga, director do Centro Histórico e Cultural Mbanza Kongo, garantiu à Vivências Press News que a comissão de requalificação da cidade de Mbanza Kongo tem estado a trabalhar com o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente para que até Dezembro seja entregue o primeiro relatório de balanço a UNESCO.
“Estamos atentos com as recomendações feitas pela UNESCO. A única coisa a lamentar é o facto de as visitas aos locais do Centro Histórico continuam a ser à custo zero, pelo facto de ainda não existir legislação que nos permite a cobrar taxas aos turistas”, lamentou o director.
O Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente destacou, esta terça-feira, dia 7, a necessidade de as autoridades locais e os investidores transformarem o Centro Histórico de Mbanza Kongo num destino turístico obrigatório, para a capitalização da riqueza histórico-cultural.
Em comunicado a que a Vivências Press News teve acesso, o departamento governamental badeia-se no forte potencial económico e na beleza natural ímpar, destacando o Museu dos Reis do Kongo, o Nkulumbimbi, o antigo Tribunal Tradicional, a árvore Yala Nkuw, as Ruínas da Sé Catedral, a Caverna de Nzau Evua, entre outros atributos.
O Centro Histórico de Mbanza Kongo ganhou estatuto de Património Cultural Mundial a 8 de Julho de 2017, com a sua inscrição na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Para assinalar a data, decorrem esta quarta-feira, 8, algumas actividades como a realização de roteiros, debates televisivos e diversos programas que visam aumentar o conhecimento dos cidadãos sobre o valor da secular cidade de Mbanza Kongo.
Mbanza Kongo foi o centro político e administrativo do antigo Reino do Kongo, fundado no século XIII e cuja influência abarcava, além da zona Norte de Angola, os actuais territórios da República Democrática do Congo (RDC), República do Congo e Gabão.
O centro histórico de Mbanza Kongo ocupa uma área de 89.29 hectares, ao passo que a zona tampão se estende por uma área de 622,16 hectares.