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Especial Dia de África: A Juventude Africana

Edmilson Ângelo é um jovem angolano de 25 anos de idade residente na capital da Inglaterra, Londres. Fundador e director da instituição de caridade “Change 1’s Life” (Mude a vida de alguém) é licenciado em Ciências Políticas e Relação Internacionais e tem o mestrado em Estudos Africanos pela Universidade de Oxford.

Actualmente, estudante de doutoramento em PPE (Política, Filosofia e Economia) na universidade Royal Holloway, University of London, Edmilson acredita na existência de mecanismos para o alcance da “África que nós queremos” desenhada na Agenda África 2063 pela União Africana.

Em véspera do dia 25 de Maio, dia dedicado ao continente berço da humanidade, África, pensar a África do futuro foi o nosso convite ao jovem com várias crenças e fortes convicções no que à África respeita.

África é um continente e não pode ser falada como se de um país se tratasse. Pois que, apesar dos vários desafios que os países africanos partilham entre si, cada um vive um contexto e uma realidade singular. “Cinquenta e quatro países constituem África e cada país tem a sua história, cultura, língua, sistema político… a sua realidade!”, declarou o jovem, logo no início da descontraída conversa que mantivemos.

Sobre os principais desafios da juventude africana, Ângelo defende que “os desafios que enfrentam a juventude africana actualmente não são completamente diferentes dos desafios da juventude de todo o mundo”. Apontando a questão do desemprego, por exemplo, como sendo um aspecto que não somente aos jovens africanos inquieta.

Edmilson, elegeu, entretanto, o resgate da identidade cultural, a educação, a saúde e a criminalidade como sendo desafios grandes para a juventude de África considerando que “estás questões acabam por atingir, para além da camada jovem, todo o conjunto social”.

Em relação à Agenda África 2063, que desenha um quadro estratégico comum para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável de África, sob o título “A África Que Nós Queremos”, pensa que os projectos e agendas são sempre bem-vindas mas para que se transformem de sonhos em realidade “é necessário passar de ideias institucionais”.

Diz manter uma posição relativamente crítica em relação a este tipo de agendas por considerar que advêm de ideias antigas mas que conhecem muita dificuldade no processo de realização. “Nós, os africanos, já falamos sobre estas ideias, desde a independência do Ghana… as ideias principais por voltas destas agendas nós ouvimos nos discursos de líderes africanos como Nkrumah… dentre muitos outros.”

Defende, porém, que “nós, como continente, temos todos os mecanismos para tornar estás ideias em realidade.” Olha para uma África desenvolvida e coesa como sendo um sonho que tem de ser tornado em realidade na sequência de um trabalho iniciado no passado por grandes heróis da historia de África: “temos o dever de honrar grandes nomes da nossa história como Nelson Mandela, Nkrumah, Njinga Mbandi, Kimpa Vita e de tantos outros que contribuíram para que África fosse o que é hoje”.

Por fim, aponta o engajamento de todos, sobretudo da juventude, e uma governação mais participativa como sendo elemento cruciais para o alcance de uma África unida e desenvolvida. A África dos nossos sonhos e dos nossos corações.

Entrevista de Israel Campos

 

 

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