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Modelo de conferência de imprensa do Presidente da República angolano é limitado

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) considerou limitado o modelo da primeira conferência de imprensa realizada pelo Presidente angolano, por não ter permitido a estes profissionais a possibilidade de “replicar ou aprofundar as questões”.

Ao longo de precisamente uma hora, o chefe de Estado respondeu na segunda-feira, nos jardins do Palácio Presidencial, em Luanda, a cerca de duas dezenas de questões colocadas por jornalistas de órgãos nacionais e internacionais, entre as quais da agência Lusa, selecionados minutos antes entre mais de 150 profissionais presentes.

“Penso ser um modelo que condiciona muito, porque os profissionais depois não têm oportunidade de replicar, insistir ou aprofundar uma determinada questão levantada e dado que cada um depois teve direito a apenas uma pergunta”, explicou hoje à Lusa o secretário-geral do SJA, Teixeira Cândido.

O resultado desta conferência de imprensa, a primeira do género em mais de 40 anos, tem sido fortemente criticado nas redes sociais, por não terem sido colocadas questões sobre as consequências da crise no país nas camadas mais desfavorecidas ou medidas para combater a pobreza, a falta de eletricidade ou o acesso da população à água potável, entre outros.

Para o representante dos jornalistas angolanos, o referido modelo de entrevista acabou por ser limitador por terem sido colocadas perguntas que careciam de aprofundamento. Por outro lado, considerou existir falta de concertação entre os profissionais.

“Porque havia questões que outros colocaram e que os outros deveriam ter aprofundado porque não tinham sido exaustivamente aprofundadas. Porque com 20 perguntas feitas sem qualquer profundidade, é como se não tivéssemos feito o nosso trabalho devidamente”, observou.

Ainda assim, Teixeira Cândido aplaude a disponibilidade do Presidente da República para interagir com os jornalistas, augurando que a iniciativa “contagie igualmente os outros órgãos de soberania”.

No entanto, também concorda que os profissionais da comunicação social passaram ao lado de muitas questões.

“Vi muitas questões que poderiam ser substituídas por outras, havia algumas questões sem qualquer cabimento, quando a questão das autarquias, da dívida com a China e os meios de pagamento eram oportunas para serem colocadas e assim não aconteceu”, disse.

Conforme a Lusa constatou no local, para muitos dos profissionais de órgãos da imprensa privada angolana, tratou-se da primeira vez que entraram no Palácio Presidencial, ao fim de 42 anos de independência de Angola.

De acordo com o secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa do Presidente da República, Luís Fernando, o objetivo do chefe de Estado é realizar pelo menos uma conferência de imprensa do género por ano.

Fonte: Lusa

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