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Operação Fizz: “Superjuiz” Carlos Alexandre vai depor no âmbito do caso Manuel Vicente

O superjuiz irá testemunhar na condição de amigo de Orlando Figueira, que é acusado de diversos crimes que terão beneficiado o ex-vice-presidente angolano.
 O “superjuiz” Carlos Alexandre e a procuradora Cândida Almeida foram intimados a testemunhar em tribunal no julgamento da Operação Fizz. O juiz

O julgamento começa esta segunda-feira, sem a presença do principal suspeito, o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente. As autoridades angolanas recusam-se a notificar o político que serviu de vice a José Eduardo dos Santos. A justiça angolana entende que Vicente tem direito a imunidade diplomática. A magistrada do Supremo Tribunal de Justiça – Cândida Almeida – vai depor quarta-feira. Carlos Alexandre depõe na segunda-feira seguinte (29 de Janeiro).

Cândida Almeida esteve vários anos à frente de um departamento do Ministério Público responsável por combater casos de alguma complexidade.
Vão ainda depor outras entidades relacionadas com a justiça nacional, como como o sucessor de Cândida Almeida no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Rosário Teixeira, e o advogado Proença de Carvalho. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi também chamado a depor por escrito, tal como acontecerá ao procurador-geral da República de Angola.
Figueira era visita frequente da casa de Carlos Alexandre, a quem terá pedido emprestados dez mil euros para continuar as obras de uma casa que estava a construir em 2015 em Mação. Quando a Operação Fizz estava na fase de inquérito o juiz foi interrogado no DCIAP pelas procuradoras que investigaram o seu ex-colega Orlando Figueira. E disse que aquele era o único amigo que frequentava a sua casa.

Muito embora tenha começado por negar todos os crimes de que é acusado, Orlando Figueira admitiu, recentemente, ter praticado fuga ao fisco e branqueamento de capitais, ao ter aberto uma conta bancária em Andorra para receber pagamentos da Primagest que diz serem a retribuição de serviços de consultoria que prestava à empresa – mas que o Ministério Público assegura serem luvas de Manuel Vicente.

Já Cândida Almeida liderava o DCIAP numa altura em que as relações da justiça portuguesa com a angolana estavam de bem, tendo o departamento investigado vários casos em que o Estado angolano se queixava de ter sido burlado por particulares, tendo os poderes de Luanda ficado satisfeitos com o seu desfecho. Muitos destes processos estavam a cargo de Orlando Figueira, que foi também encarregue de verificar a origem dos 3,8 milhões de euros com que Manuel Vicente comprou um apartamento de luxo no Estoril.

Manuel Vicente é acusado de ter pagado a um procurador do DCIAP, Orlando Figueira, para que este arquivasse processos em que este era suspeito de branqueamento de capitais. Até ao início de 2012, altura em que foi para o Governo, Manuel Vicente era presidente do conselho de administração da Sonangol, empresa na qual Orlando Figueira terá entregado o currículo do filho de Carlos Alexandre.

Fonte: Sábado

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