Cronistas

Personagens!!

Em tempos dos anos 60, no bar da Maria Adelaide, em frente ou melhor ao lado do Banco de Angola, contava-se histórias do conhecido e caricato Dr. Alcântara Mendes, era licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, tinha a sua resiência em NDalatando, mas o tribunal era em Malanje e aqui se deslocava em exercício de funções de advogado. Homem baixinho, franzino, já com cerca de 60 anos, tinha imensa piada. Devido a um problema de pigmentação e vista, andava sempre com os olhos meio fechados e cabeça levantada e inclinada, (malanjino naõ perdoa e logo lhe atribuiu a alcunha de "Foca Aviões"). Aparte, notava-se que era uma homem muito inteligente, mas às vezes lá lhe saiam algumas inconveniências, mais em tom de brincadeira do que ofensivo. Acrescento que foi sempre um homem da oposição e dizia, (naquele tempo), que a única mercê que pedia era que a morte dele fosse posterior a do Salazar. Mas passemos a uma das muitas histórias contadas pelos nossos Avôs.
O Dr. Alcântara Mendes, era ao tempo, juiz na comarca de Cabinda, numa viagem programada do ministro das Colónias, Dr. Francisco Viera Machado, quando as autoridades devidamente alinhadas para prestar os respectivos cumprimentos ao ministro, o Dr. Alcãntar Mendes, que tinha sido colega de curso, do ministro Dr. Francisco Vieira Machado, pelos vistos tinham alguma confiança entre eles, logo que este se aproximou dirigiu-se em voz alta, de modo a toda gente ouvir, disse simplesmente isto: Ò Chico, tu eras tão burro como é que conseguiste chegar a ministro? Em face do que ouviu, o ministrio ignourou-o completamente e foi-lhe de imediato mandado instaurar um processo disciplinar, suspenso das suas funções e em resultado do mesmo, foi pura e simplesmente demitido. O Dr. Alcântara Mendes era mesmo assim, e como era contra o regime, escolheu má altura, para o demosnstrar, dado a sua possição naquele acto.
Claro, o Dr. Alcântara Mendes foi expulso da magistratura e por Malange e a cidade de D
Ndalatando, penou, não se coibindo de manifestar permanente ,aberta e publicamente a sua aversão a Salazar e ao regime do Estado Novo. viveu os últimos anos da sua vida com uma negra que tratava carinhosamente por “a minha Aninhas”, até que, pobre , abandonado e muito doente foi, por iniciativa da, própria e a expensas da PIDE de Salazar, (ironia do destino), embarcado para a Metrópole e para a Família que já não via há dezenas de anos!

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