ComunidadesDestaques

PR angolano não mostrou qualquer preocupação sobre relações judiciais com Portugal, diz ministra da Justiça portuguesa

“O Presidente de Angola não exprimiu nenhuma preocupação nesse aspecto, porque penso que tem a noção de que as coisas estão a correr como era expectável, que há uma cooperação muito aberta, muito intensa e que há passos da concretização dessa cooperação ao nível da relação entre os dois países”, disse Francisca Van-Dúnem.

Falando aos jornalistas depois do encontro, Francisca Van-Dúnem disse também ter entregado ao Presidente João Lourenço uma carta do primeiro-ministro português, António Costa, cujo conteúdo não especificou.

A governante portuguesa, que disse ter sido um encontro “bastante simpático, como não podia deixar de ser”, sublinhou que também não foram abordados qualquer outros assuntos ligados ao passado: “Caso Manuel Vicente” e o processo referente à recuperação de activos financeiros angolanos investidos ilegalmente em Portugal.”Nem o senhor Presidente [João Lourenço] nem eu desenterrámos casos do passado. Quer na conversa que tive com o senhor Presidente, quer nas conversas que tenho tido com as autoridades angolanas, em particular com o meu colega [Francisco Queirós], a nossa grande preocupação é sedimentar o presente e construir um futuro em grande articulação e harmonia”, declarou.

Francisca Van-Dúnem escusou-se também a comentar a visita a Angola da procuradora-geral da República (PGR) de Portugal, Lucília Gago, que acontecerá de 24 a 26 deste mês.

Questionada sobre a visita que está a efectuar desde terça-feira a Angola, que se prolonga, oficialmente, até quinta-feira, Francisca Van-Dúnem lembrou o trabalho já em curso no âmbito dos acordos e protocolos bilaterais já assinados em várias áreas da Justiça, no caso particular no quadro dos Registos e Notariado, embora haja a necessidade de se adaptar outros domínios.

As competências do ministro da Justiça em Portugal não fazem espelho, não correspondem, exactamente às do ministro da Justiça em Angola. O ministro da Justiça português, além de ter as questões relacionadas com os Registos e Notariado, com a administração da Justiça, como a parte dos tribunais, tem também competências importantes na área registral, que é a área core, a área fundamental que está agora a ser trabalhada no âmbito das nossas equipas, e que foi a preocupação que Angola exprimiu com maior acuidade e é a área em que pretendemos avançar com mais rapidez

Francisca Van-Dúnem lembrou, nesse sentido, que o Ministério da Justiça em Portugal tem áreas que não correspondem à Justiça em Angola, mas sim ao Ministério do Interior.

“Basicamente, são elas a Polícia Judiciária, a Medicina Legal e as Ciências Forenses e a questão dos Serviços Prisionais e de Reinserção. Não podemos esquecer essa segunda dimensão. Os serviços prisionais são importantes, o Estado tem obviamente pessoas em reclusão e tem, relativamente a elas, a obrigação de cumprir aquilo que se considera ser o fim das penas. E o fim das penas é a ressocialização, que é o trabalho mais importante que hoje se pode e deve fazer ao nível das prisões”, afirmou.

O encontro com o Presidente da República, confirmado apenas ao fim da tarde de terça-feira, alterou hoje o calendário das visitas de cortesia de Francisca Van-Dúnem aos presidentes dos tribunais Constitucional, do Supremo e de Contas, bem como ao PGR e ao ministro do Interior.

Na tarde desta quarta-feira, a ministra da Justiça portuguesa deu uma palestra na Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, em homenagem aos 40 anos da instituição.

Amanhã, a governante portuguesa tem prevista uma deslocação a Benguela.

Fonte: Lusa.

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading